São Paulo, sexta-feira, 23 de setembro de 2011

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Lentos e furiosos

No Dia Sem Carro, ciclofaixa fica vazia e carro invade faixa de ônibus; à noite, índice de congestionamento atingiu a média máxima da cidade

DE SÃO PAULO

A capital paulista teve muito engarrafamento e desrespeito às iniciativas propostas pelo poder público ontem, quando foi comemorado o Dia Mundial Sem Carros.
Às 19h, havia 123 km de lentidão na capital, número que chega na média máxima no ranking de engarrafamento da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego).
Com sinalização tímida e sem orientação dos marronzinhos, as faixas exclusivas para a carona solidária, em nove avenidas movimentadas, não foram respeitadas. "Nossa, juro que nem tinha visto", disse o empresário Ananias Gonçalves, 55, na tarde de ontem, sozinho em seu carro na faixa exclusiva na av. Luiz Dumont Villares.
Na Secretaria de Estado do Meio Ambiente, em Pinheiros (zona oeste), que fechou o estacionamento para inibir o uso do carro ontem, funcionários entregaram ao secretário Bruno Covas um abaixo-assinado protestando pelo fato de haver só 12 vagas no bicicletário. "Muita gente deixa de vir de bicicleta porque não tem onde parar", diz a estagiária Luiza Lamos.
Mas as trapalhadas na capital do carro não pararam por aí. A ciclofaixa entre a estação Butantã do metrô e a Cidade Universitária foi inaugurada ontem, mas não recebeu quase nenhum ciclista e já apresentava buracos.
"É o começo. Isso sempre foi uma reivindicação e a galera vai acabar abraçando", afirmou Johnny Araújo, 25, usuário solitário do espaço.
Na zona leste, a ampliação da faixa exclusiva de ônibus na Radial Leste estreou com desrespeito por parte de motoristas, motociclistas e até ciclistas em alguns trechos, durante o horário de pico.
Logo no início, próximo à avenida Aricanduva, zona leste, a Folha presenciou 20 invasões na faixa em cerca de dez minutos, por volta das 7h.
Das 40 pessoas ouvidas pela reportagem, apenas três disseram que optaram em deixar o carro em casa.
"Demorei menos e achei confortável. Vou adotar todos os dias", afirma Ana Maria Mayake.


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