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Assessores não avisaram governador
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL
Isolado nos estúdios da TV Cultura, o governador Geraldo Alckmin, candidato à reeleição, participou do "Roda Viva" de ontem,
entre 22h e 23h30, sem saber do
crime, ocorrido por volta das 21h.
Alckmin chegou à emissora às
21h45. Estava acompanhado de
pelo menos dois seguranças. Seus
assessores mais próximos já sabiam do ocorrido, mas decidiram
não avisá-lo. Os demais acompanhantes do governador também
não foram informados.
A entrevista começou às 22h.
Cinco minutos depois chegou
uma informação, não-oficial, sobre o acontecido, por meio dos seguranças do próprio governador.
Eles foram buscar confirmação
com os repórteres presentes.
Em uma sala próxima àquela
onde se realizava a entrevista, o
candidato a vice, Cláudio Lembo
(PFL), e o senador Romeu Tuma
(PFL) receberam telefonemas
após o início da entrevista. Eles
não tinham acesso ao estúdio.
Imediatamente os dois informaram o restante do grupo de políticos que acompanhava o governador. Uma rápida discussão teve
início sobre a necessidade ou não
de relatar o ocorrido a Alckmin.
Prevaleceu a tese de que não seria conveniente. Um dos motivos
alegados era que o governador
poderia suspender a entrevista,
preocupado com o filho.
"Seria desagradável para todo
mundo. Além disso, o caso nos
parece não estar relacionado ao
tema da entrevista. Quando ficamos sabendo que o filho do governador estava bem, achamos
melhor não avisá-lo", disse João
Carlos Meirelles, coordenador da
campanha de Alckmin.
A cada intervalo do programa, a
movimentação era intensa. Um
dos temores era que o governador
fosse questionado por algum telespectador, uma vez que o programa era transmitido ao vivo,
com possibilidade de envio de
perguntas. Assessores da emissora chegaram a se reunir com a direção do programa para saber
qual procedimento seria adotado
caso isso acontecesse.
Conforme o tempo passava, o
número de repórteres e assessores na emissora aumentava. O clima ficava tenso a cada nova pergunta sobre o tema violência, que
dominou boa parte da entrevista.
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