São Paulo, sábado, 23 de outubro de 2004

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GP Brasil atrai prostitutas à cidade

DA REVISTA

Não chega a ser um revertério na lei da oferta e da procura, mas, em temporada de corrida, o número de garotas de programa também aumenta na cidade. Pelo menos aquelas em atividade.
"Só faço programa nesta época, tenho uma profissão", diz a comerciária Patrícia, 27. Ela diz que, em três programas, ganha o equivalente a seu salário (R$ 1.500).
Muitas vêm de fora. Talita, 20, uma das que distribuem panfletos no trio elétrico no portão 7 do autódromo de Interlagos, veio de Goiás, onde o mercado, segundo ela, "é muito bom".
Loura, corpo de menina, ela diz que faz até mais sucesso lá: "Gringo gosta de mulata, não sei se vou agradar aqui", duvida ela, que, pelo bico da tarde (distribuição de panfletos) ganhou R$ 50.
O preço médio do programa, segundo a Folha apurou, é R$ 250, quando "não tem a ferveção da Fórmula 1"; quando há, o valor pode chegar a R$ 500. Imagina-se que, para quem ganha em dólar, não é tanto assim. Mas os clientes estrangeiros fazem pesquisas.
"Um amigo veio fora da temporada e disse que os preços são bem melhores", diz no Kilt o piloto de testes alemão Cristian Müller, 26, que tem nos ombros uma mulata. Ele foi à boate com o amigo Michael, 26. O sotaque mais ouvido na noite é o "estrangeiro". No outro extremo da boate, os ingleses Peter Heressy, 37, e John Marson, 37, engenheiros da Jaguar, e o motorista de carreta Joe Lee, 29, posam para uma foto cercado de meninas por todos os lados. "Everything is under control [algo como "tudo sob controle']", dizem, com cerveja na mão.
A maior parte das meninas diz que "os gringos são muito melhores, porque tratam "a coisa" com profissionalismo". "Eles sabem que o programa é uma gozadinha e tchau. Brasileiro quer ter sempre mais do que pagou", diz Mônica, 21, há cinco anos no mercado.
Segundo ela, outro motivo que atrai garotas de programa bissextas ao mercado é a possibilidade de um "pacote":
"Você "casa" com o gringo por uma semana. Ele te leva pra almoçar no Gero, depois te compra uma bolsa Prada, tudo isso por fora. O programa ele paga à parte. Já ganhei até vestido Dior", diz Adriana, 24, no Romanza.


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