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7 morrem a cada 2 dias em confronto com polícia no Rio
Dados oficiais revelam aumento de 19% de janeiro a setembro sobre mesmo período de 2006
Número de prisões no Estado, no entanto, sofreu queda, passando de 13.109 até setembro de 2006, contra 10.215 em 2007
SERGIO TORRES
MARCELO BERABA
DA SUCURSAL DO RIO
De 1º de janeiro a 30 de setembro, a polícia do Rio matou
ao menos 961 pessoas, média
de sete mortos a cada dois dias.
Foram mais 154 mortes (19%)
em comparação com o mesmo
período de 2006 -6 mortes por
grupo de 100 mil habitantes.
Esses números são computados na estatística oficial da violência como auto de resistência, título da suposta reação do
criminoso à abordagem.
Enquanto aumentou o número de pessoas mortas, diminuiu o de presas. Até 30 de setembro, a polícia prendeu 10.215 suspeitos, contra 13.109
no ano anterior em período
igual -2.894 prisões a menos.
No Estado de São Paulo, por
exemplo, de janeiro a agosto foi
morta em autos de resistência,
em média, pouco mais de uma
pessoa por dia (1,12). Ou 0,68
morte por grupo de 100 mil habitantes no mesmo período.
O número dos autos de resistência no Rio é maior do que o
que consta nas estatísticas divulgadas ontem pelo ISP (Instituto de Segurança Pública),
vinculado à Secretaria de Segurança. Os dados se referem apenas às Delegacias Legais (como
são chamadas aquelas com dados totalmente informatizados), responsáveis por 67% das
ocorrências do período.
O enfrentamento com traficantes é uma das características da gestão do governador
Sérgio Cabral Filho (PMDB).
A rotina dos enfrentamentos
é a mesma adotada desde a década passada pelos diferentes
governos estaduais. Só que agora, os números revelam, a violência é ainda maior, agravada
com o emprego habitual de helicópteros com atiradores e veículos blindados, os Caveirões.
Inteligência policial
O secretário de Segurança
Pública do Rio, José Mariano
Beltrame, disse ontem que as
operações policiais são resultado de investigações do serviço
de inteligência policial. "Inteligência policial não significa que
sejam operações sem dar tiro."
De acordo com ele, "a inteligência tem a necessidade, muitas vezes, de executar trabalho
de campo".
Os dois principais casos neste ano são contabilizados como
autos de resistência, embora
haja acusações de execuções.
Em junho, no complexo do Alemão (zona norte), foram mortos 19 supostos traficantes.
Na semana passada, confrontos entre policiais e traficantes
na favela da Coréia, em Senador Camará (zona oeste), resultaram em 16 mortos: 1 menino
de 4 anos, 1 policial civil e 14 supostos criminosos. A secretaria
mantém a versão inicial de que
matou dez suspeitos, todos durante tiroteios.
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