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"Nayara pode ter se confundido", diz coronel
Comandante do Batalhão de Choque da PM reafirma que a invasão do apartamento aconteceu após tiro de Lindemberg
Segundo o coronel, vizinhos afirmaram ter ouvido o disparo; depoimento da adolescente será analisado por técnicos e por peritos
LUIS KAWAGUTI
DA REPORTAGEM LOCAL
O coronel da PM Eduardo
José Félix, comandante do Batalhão de Choque da Polícia
Militar, afirmou ontem à noite,
em entrevista coletiva, que a
adolescente Nayara Silva "pode
ter se confundido" ao dizer que
não houve disparo antes da invasão dos policiais do Gate.
Questionado se a garota havia mentido, o coronel Félix
disse que não. "Ela estava como
vítima no interior de uma crise.
É uma jovem de 15 anos que pode ter se confundido."
O coronel reafirmou que os
policiais invadiram o apartamento em que Lindemberg
mantinha Eloá e Nayara como
reféns só após ouvir um tiro.
"Houve o tiro. Jamais poderei desconfiar das palavras dos
meus policiais. O grupo é altamente confiável."
Para reforçar a versão dos
policiais, que afirmam só ter invadido o local após um disparo,
a Polícia Militar exibiu um vídeo de uma moradora identificada como Maria Aparecida
Mariano da Costa. Ela vive em
um bloco próximo e afirmou
categoricamente ter ouvido um
estampido momentos antes da
explosão da porta.
Félix disse que três vizinhos
do apartamento, que testemunharam a ação, afirmaram ter
ouvido o disparo. O delegado
seccional de Santo André, Luiz
Carlos dos Santos, afirmou o
mesmo ontem.
Segundo Félix, o depoimento
de Nayara será analisado por
técnicos e peritos e apenas os
laudos da perícia darão as respostas sobre a questão.
Ontem, o coronel Eliseu Leite de Moraes, que preside o
IPM (Inquérito Policial Militar) para apurar se os PMs falharam, afirmou que "não houve erro do Gate".
Indagado se não era prematuro dizer que os policiais não
erraram, antes mesmo da conclusão do inquérito, Moraes
disse: "A investigação é para esclarecer. Vamos apurar se houve inconformidades ou não".
Além da Corregedoria da PM, o
Ministério Público Militar apura a atuação do Gate.
Caso haja irregularidades, os
PMs que participaram da negociação e invadiram o apartamento poderão receber punições administrativas e até serem expulsos da corporação.
Colaborou KLEBER TOMAZ, da Reportagem
Local
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