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Em depoimento, capitão do Gate não cita disparo antes de invasão
Adriano Giovanini havia afirmado à Folha que policiais só invadiram após ouvirem tiro
ANDRÉ CARAMANTE
KLEBER TOMAZ
No principal trecho do depoimento que prestou à Polícia
Civil à 1h01 de sábado (18), o capitão Adriano Giovanini, 37,
principal negociador do Gate
no caso de Santo André, não citou o tiro que os cinco PMs que
invadiram o apartamento onde
Lindemberg fazia reféns Eloá e
Nayara dizem ter ouvido.
"O atirador não tinha campo
de visada, motivo pelo qual a
equipe de apoio acionou o dispositivo de acionamento do
cordel detonante para a invasão, no clímax de tensão da
operação; que o depoente [Giovanini] correu para a viatura de
resgate para ligar o telefone em
carregador para buscar contato
telefônico com Lindemberg,
quando, em seguida, ouviu-se
estampido e explosão característica de acionamento do cordel", disse Giovanini em depoimento sete horas após a ação.
Na segunda-feira, Giovanini
disse à Folha ter certeza de que
os cinco PMs invadiram o apartamento por que ouviram um
tiro dentro do local. Às 23h15
de ontem, a Folha voltou a
procurá-lo, por meio do setor
de Comunicação Social da PM,
mas ele não foi localizado.
No depoimento, Giovanini
disse: "Para complicar as coisas, por volta das 18h, baixou
uma forte neblina, praticamente anulando a visibilidade. O
gerente da crise [coronel Flávio
Depieri] e o comandante policiamento de choque [coronel
Eduardo Félix] rapidamente
tomaram providências [...] visando rápida ação de contenção ou invasiva de urgência".
Indagado sobre o retorno de
Nayara ao cativeiro, Giovanini
disse: "Não sei dizer se o gerente da crise buscou contato ou
autorização judicial para empregar os adolescentes Nayara
e Douglas [irmão de Eloá] na
resolução da crise".
Giovanini disse que, nos seus
13 anos de Gate, "não se recorda de ter presenciado ou participado de crise com o emprego
de [um] adolescente em sua resolução". Quando alguém ajuda a polícia, é "maior de idade",
diz. "O emprego de civis em tais
operações é tido como excepcional e só é utilizado em casos
extremos, pessoas estas que,
geralmente, são parentes, advogados ou amigos próximos
do causador da crise", disse.
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