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Prova terá peso maior para docente que disputar reajuste
Projeto do governo de SP prevê reajuste de 25% para docentes mais bem avaliados em exame
Tempo de permanência na escola e número de faltas servirão para definir quem terá direito a fazer exame que decidirá o aumento
FÁBIO TAKAHASHI
DA REPORTAGEM LOCAL
A prova de conhecimentos
terá o maior peso na avaliação
que concederá aumentos de
25% aos professores da rede estadual de São Paulo que forem
mais bem avaliados -proposta
do governador José Serra
(PSDB) aprovada anteontem.
Os outros fatores divulgados
como parte da avaliação -tempo de permanência na mesma
escola e número de faltas às aulas- terão impacto menor.
Ambos servirão apenas para
decidir se o professor poderá
participar da prova. E, na fase
final, como critério de desempate, se os candidatos obtiverem a mesma nota no exame.
A lei determina que até 20%
dos docentes receberão o aumento. O número dependerá
dos recursos disponíveis.
Num primeiro momento,
não ficou claro qual o peso de
cada fator no processo.
Com os critérios, o governo
busca valorizar os professores
que têm mais conhecimento
em suas áreas e também diminuir a rotatividade dos docentes e o número de faltas.
Serra tentar melhorar os indicadores educacionais da rede. A própria gestão admite que
o nível atual é insatisfatório.
O mínimo de permanência
na mesma escola para que o
professor possa entrar na seleção já está definido: 80% do período de "carência" para que ele
possa tentar o reajuste -para
buscar o primeiro aumento, o
docente deve estar há pelo menos quatro anos na rede.
Assim, segundo a regra, ele
precisa cumprir três anos e dois
meses deste período no mesmo
colégio. O cálculo foi feito pela
reportagem; o secretário da
Educação, Paulo Renato Souza,
disse que ainda não recebeu essa simulação de sua equipe (a
lei cita apenas os 80%).
Para tentar os aumentos salariais seguintes, o docente precisa ficar ao menos três anos na
mesma faixa salarial.
Os critérios sobre frequência
ao trabalho ainda estão sendo
definidos. Cada falta terá peso
diferente (ausência por doença,
por exemplo, prejudicará menos os servidores).
O detalhamento da lei e a data da prova deverão ser anunciadas na próxima semana,
quando Serra sancionará a lei.
Críticas
Secretário de Educação no
governo Geraldo Alckmin
(PSDB), Gabriel Chalita criticou ontem o projeto de Serra.
Chalita deixou no mês passado
o PSDB e se filiou ao PSB.
"O projeto mostra que Serra
não gosta de professor. Nada de
aumento agora. Projeção de aumento mediante prova em alguns anos", escreveu o ex-tucano no Twitter.
"Ninguém sabe o critério das
provas. E mesmo os bem avaliados poderão não ter o aumento -dependerá de recursos", completou.
O governador Serra defende
que o projeto cria um estímulo
aos professores da rede, além
de atrair jovens mais bem preparados para o magistério.
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