São Paulo, sábado, 23 de outubro de 2010

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Megaparque de Bertioga pode incluir São Sebastião

Promotoria quer trecho da cidade como parte de parque que governo quer criar

Com a expansão, seriam incorporadas áreas no entorno das praias da Jureia e Barra do Una, na costa sul da cidade

JOSÉ BENEDITO DA SILVA
DE SÃO PAULO

Parte do município de São Sebastião (litoral norte) pode ser incluída no perímetro do megaparque que o governo do Estado quer criar em Bertioga, com área igual à de 51 parques Ibirapuera.
A proposta de ampliar a área sugerida, de 80,25 km2, foi feita pelo Ministério Público ao Consema (Conselho Estadual do Meio Ambiente) durante audiência pública.
Com a expansão, seriam incorporadas ao parque áreas no entorno das praias da Jureia e Barra do Una, na costa sul de São Sebastião.
Na proposta que o governo levou à audiência, o parque abarcaria planície que vai da rodovia Mogi-Bertioga à divisa com São Sebastião, no corredor entre a rodovia Rio-Santos e a serra do Mar.
O parque vai permitir conservar um dos últimos remanescentes de restinga do litoral -98% do que sobrou na Baixada Santista está nessa área. O ecossistema abriga mais de 300 espécies de animais -parte em extinção- e cerca de mil tipos de planta.
Proposta apresentada por um grupo de nove pesquisadores -de universidades como USP, Unesp e UFSCar- e 23 entidades ambientalistas também pede a expansão da área proposta pelo governo.
O principal objetivo, no entanto, é ampliar a proteção da praia de Itaguaré, que é alvo de interesse do setor imobiliário. A praia, ao lado da já superexplorada Riviera de São Lourenço, é quase inabitada, tem visual paradisíaco, propício ao ecoturismo, e abriga rica biodiversidade.
De outro lado, dois proprietários rurais -Fazenda Acaraú e Barma Empreendimentos- apresentaram propostas para transformar parte das glebas que seriam desapropriadas em RPPNs (reservas particulares de proteção natural), um tipo de unidade de conservação que admite a propriedade privada.
Pelo projeto do governo, toda a área do parque seria pública, com desapropriação de imóveis privados. Oito donos de grandes glebas controlam quase toda a região.
A Prefeitura de Bertioga apresentou uma proposta que aumenta a área do parque para 97,94 km2, mas abre espaço para que 40% dela possa continuar como propriedade privada e livra uma área de quase 10 km2 para projetos habitacionais.


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