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Megaparque de Bertioga pode incluir São Sebastião
Promotoria quer trecho da cidade como parte de parque que governo quer criar
Com a expansão, seriam incorporadas áreas no entorno das praias da Jureia e Barra do Una, na costa sul da cidade
JOSÉ BENEDITO DA SILVA
DE SÃO PAULO
Parte do município de São
Sebastião (litoral norte) pode
ser incluída no perímetro do
megaparque que o governo
do Estado quer criar em Bertioga, com área igual à de 51
parques Ibirapuera.
A proposta de ampliar a
área sugerida, de 80,25 km2,
foi feita pelo Ministério Público ao Consema (Conselho
Estadual do Meio Ambiente)
durante audiência pública.
Com a expansão, seriam
incorporadas ao parque
áreas no entorno das praias
da Jureia e Barra do Una, na
costa sul de São Sebastião.
Na proposta que o governo
levou à audiência, o parque
abarcaria planície que vai da
rodovia Mogi-Bertioga à divisa com São Sebastião, no corredor entre a rodovia Rio-Santos e a serra do Mar.
O parque vai permitir conservar um dos últimos remanescentes de restinga do litoral -98% do que sobrou na
Baixada Santista está nessa
área. O ecossistema abriga
mais de 300 espécies de animais -parte em extinção- e
cerca de mil tipos de planta.
Proposta apresentada por
um grupo de nove pesquisadores -de universidades como USP, Unesp e UFSCar- e
23 entidades ambientalistas
também pede a expansão da
área proposta pelo governo.
O principal objetivo, no
entanto, é ampliar a proteção
da praia de Itaguaré, que é alvo de interesse do setor imobiliário. A praia, ao lado da já
superexplorada Riviera de
São Lourenço, é quase inabitada, tem visual paradisíaco,
propício ao ecoturismo, e
abriga rica biodiversidade.
De outro lado, dois proprietários rurais -Fazenda
Acaraú e Barma Empreendimentos- apresentaram propostas para transformar parte das glebas que seriam desapropriadas em RPPNs (reservas particulares de proteção natural), um tipo de unidade de conservação que admite a propriedade privada.
Pelo projeto do governo,
toda a área do parque seria
pública, com desapropriação
de imóveis privados. Oito donos de grandes glebas controlam quase toda a região.
A Prefeitura de Bertioga
apresentou uma proposta
que aumenta a área do parque para 97,94 km2, mas abre
espaço para que 40% dela
possa continuar como propriedade privada e livra uma
área de quase 10 km2 para
projetos habitacionais.
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