São Paulo, segunda-feira, 23 de novembro de 2009

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Nível da Fuvest foi médio, dizem cursinhos

Exame não surpreendeu e no geral foi elogiado, mas questões de história e português foram criticadas por professores

Com promessa de que seria mais parecida com o Enem, prova teve contextualização em apenas 10% a 20% dos enunciados das 90 questões

FABIANA REWALD
PATRÍCIA GOMES
DA REPORTAGEM LOCAL

ANNA CAROLINA CARDOSO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Uma prova de nível médio de dificuldade, tradicional, conteudista, com questões clássicas e só a minoria delas contextualizada. Assim foi a definição de professores de cursinhos sobre a primeira fase da Fuvest, aplicada ontem para mais de 100 mil vestibulandos.
Segundo Miguel Castro, diretor editorial do COC, a Fuvest havia prometido uma prova mais parecida com o Enem, mas a contextualização foi percebida em apenas 10% a 20% dos enunciados.
A coordenadora-geral do Cursinho da Poli, Alessandra Venturi, também achou que a prova foi mais contextualizada que nas anteriores, mas ainda assim essa característica foi observada em poucas questões.
De acordo com Edmilson Motta, coordenador do Etapa, a Fuvest não perdeu a sua cara. "Aquilo que eles estavam anunciando, de ser uma prova mais simples, não aconteceu."
A alteração mais significativa ficou a cargo das interdisciplinares, diz ele. "Elas estavam, de fato, mais interdisciplinares, o que as tornou mais difíceis."
Fora isso, a prova tradicionalmente mais simples, que é biologia, continuou sendo a mais simples, e a mais complexa, que é física, seguiu sendo a mais difícil, afirma Motta.
No geral, os professores acharam que, para os alunos muito bem preparados, o exame não estava difícil. Para o coordenador do Anglo, Nicolau Marmo, a prova priorizou o raciocínio à memorização.
A maioria das disciplinas foi elogiada. A exceção foram questões de português e histórias em que professores acharam pequenos problemas.
Uma das questões criticadas foi sobre Vinicius de Moraes, na prova de português. Para o Cursinho da Poli e o Anglo, uma das afirmações, a 2, não estava muito clara. Além disso, outro enunciado falava na obra "Capitães de Areia", sendo que o correto é "Capitães da Areia".
Já na prova de história, três enunciados foram criticados pelo professor Daily de Matos Oliveira, do Objetivo. O maior problema, para ele, foi numa questão sobre Nelson Mandela.
A Fuvest, no entanto, informou não ter recebido nenhum pedido de anulação de questão.
Temas recorrentes no vestibular caíram de novo neste ano, segundo Miguel Castro, do COC. Ele citou a Semana de Arte Moderna de 22, a Revolução Industrial e o papel dos jesuítas. Mas houve também assuntos atuais, como a gripe A (conhecida como gripe suína) e a tecnologia digital.
A abstenção foi de 5,95%, ligeiramente superior à do ano passado (5,32%). A lista dos convocados para a segunda fase sai no dia 14 de dezembro.


Veja gabarito da Fuvest e correção pelos cursinhos
www.folha.com.br/093261


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