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Nível da Fuvest foi médio, dizem cursinhos
Exame não surpreendeu e no geral foi elogiado, mas questões de história e português foram criticadas por professores
Com promessa de que seria
mais parecida com o Enem,
prova teve contextualização em apenas 10% a 20% dos enunciados das 90 questões
FABIANA REWALD
PATRÍCIA GOMES
DA REPORTAGEM LOCAL
ANNA CAROLINA CARDOSO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Uma prova de nível médio de
dificuldade, tradicional, conteudista, com questões clássicas e só a minoria delas contextualizada. Assim foi a definição
de professores de cursinhos sobre a primeira fase da Fuvest,
aplicada ontem para mais de
100 mil vestibulandos.
Segundo Miguel Castro, diretor editorial do COC, a Fuvest
havia prometido uma prova
mais parecida com o Enem,
mas a contextualização foi percebida em apenas 10% a 20%
dos enunciados.
A coordenadora-geral do
Cursinho da Poli, Alessandra
Venturi, também achou que a
prova foi mais contextualizada
que nas anteriores, mas ainda
assim essa característica foi observada em poucas questões.
De acordo com Edmilson
Motta, coordenador do Etapa, a
Fuvest não perdeu a sua cara.
"Aquilo que eles estavam anunciando, de ser uma prova mais
simples, não aconteceu."
A alteração mais significativa
ficou a cargo das interdisciplinares, diz ele. "Elas estavam, de
fato, mais interdisciplinares, o
que as tornou mais difíceis."
Fora isso, a prova tradicionalmente mais simples, que é
biologia, continuou sendo a
mais simples, e a mais complexa, que é física, seguiu sendo a
mais difícil, afirma Motta.
No geral, os professores
acharam que, para os alunos
muito bem preparados, o exame não estava difícil. Para o
coordenador do Anglo, Nicolau
Marmo, a prova priorizou o raciocínio à memorização.
A maioria das disciplinas foi
elogiada. A exceção foram
questões de português e histórias em que professores acharam pequenos problemas.
Uma das questões criticadas
foi sobre Vinicius de Moraes,
na prova de português. Para o
Cursinho da Poli e o Anglo,
uma das afirmações, a 2, não estava muito clara. Além disso,
outro enunciado falava na obra
"Capitães de Areia", sendo que
o correto é "Capitães da Areia".
Já na prova de história, três
enunciados foram criticados
pelo professor Daily de Matos
Oliveira, do Objetivo. O maior
problema, para ele, foi numa
questão sobre Nelson Mandela.
A Fuvest, no entanto, informou não ter recebido nenhum
pedido de anulação de questão.
Temas recorrentes no vestibular caíram de novo neste ano,
segundo Miguel Castro, do
COC. Ele citou a Semana de Arte Moderna de 22, a Revolução
Industrial e o papel dos jesuítas. Mas houve também assuntos atuais, como a gripe A (conhecida como gripe suína) e a
tecnologia digital.
A abstenção foi de 5,95%, ligeiramente superior à do ano
passado (5,32%).
A lista dos convocados para a
segunda fase sai no dia 14 de dezembro.
Veja gabarito da Fuvest e
correção pelos cursinhos
www.folha.com.br/093261
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