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Rio atribui arrastões a traficantes que estão "emburrados"
Para secretário de segurança, série de crimes é reação do tráfico a pacificação de favelas e transferência de presos
Ontem, mais três carros foram incendiados; governo reforçará a segurança nas ruas para coibir outros ataques
DIANA BRITO
FELIPE CARUSO
DO RIO
Pela primeira vez desde o
começo da onda de arrastões
e incêndios de carros iniciada em setembro na cidade, a
cúpula da Segurança Pública
do Rio atribuiu os ataques a
ação orquestrada por uma
única facção criminosa.
Para as autoridades, os crimes são uma reação às UPPs
(Unidade de Polícia Pacificadora) e às transferências de
detentos de maior periculosidade para presídios federais.
O secretário de Segurança
do Rio, José Mariano Beltrame, diz que a política de segurança do Estado não vai
mudar. "Se o tráfico apostar
que vamos desistir, nós dobramos a aposta. Já mandei
40 [para presídios federais] e
a fila agora vai andar", disse
ele, que chamou os mandantes de "traficantes emburrados" com ações do governo.
Apesar de não citar o nome
do Comando Vermelho, a ordem para a execução dos crimes, para a PM, vem dos líderes da facção nos presídios e
nas favelas.
Desde o início do ano, já
ocorreram cerca de 50 arrastões -25 desde setembro. No
fim de semana, foram pelo
menos quatro, um deles contra um carro da Aeronáutica,
e outros em regiões como a
Lagoa. Ontem, cinco carros
foram queimados e uma cabine da PM, metralhada.
O governo reforçará o policiamento das linhas Vermelha e Amarela. As ações de final de ano da Polícia Militar
foram antecipadas e as folgas
reduzidas.
Colaboraram JOÃO PEQUENO, do Rio, e
FILIPE COUTINHO, de Brasília
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