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Falha em equipamento causou
a emergência entre 2 Boeings
FERNANDA SANTIAGO
da Agência Folha
Uma falha no dispositivo que
avisa a aproximação de uma aeronave foi a causa da emergência
com dois Boeings que quase colidiram no ar no último domingo.
O dispositivo não funcionou a
tempo. Por isso, o piloto da aeronave da Rio-Sul foi obrigado a fazer uma manobra de emergência
para evitar o choque, conforme
relatório do piloto à empresa.
O vôo 405 da Rio-Sul decolou às
15h do aeroporto de Congonhas,
em São Paulo, com destino a Navegantes, em Florianópolis (SC).
Cerca de 14 minutos depois da decolagem -autorizada pela torre-, o co-piloto avistou um avião
da Varig. O comandante do
Boeing da Rio-Sul, Marcel Pagnot, teve mergulhar bruscamente.
O Boeing-737-200 da Varig, vôo
137, tinha saído do Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP) e
fazia o trajeto Guarulhos/Joinville/Navegantes.
Segundo a assessoria de imprensa da Rio-Sul, o co-piloto
percebeu a proximidade com a
outra aeronave antes que o dispositivo TCAS (Traffic Collision
Avoid System) -uma espécie de
radar- funcionasse.
A assessoria informou que ainda não se pode dizer que o TCAS
não funcionou, porque ainda está
sendo feita uma perícia, a ser concluída na próxima semana.
De acordo com o Centro de Comunicação Social da Aeronáutica, o TCAS do avião da Rio-Sul
não funcionou pelo fato de o
Boeing da Varig não ter emitido
um código que identificasse a sua
localização.
O gerente da frota de 737-200 da
Varig, John Long, disse que não
ocorreu nenhum problema no
vôo 137. "Não foi registrada anormalidade no vôo. O equipamento
estava em ordem e emitiu os sinais corretamente."
Long não descartou a possibilidade de ter ocorrido "uma interferência momentânea e imperceptível de uma rádio pirata".
Houve também uma pane de
transmissão, conforme a Aeronáutica, o que impossibilitou a
comunicação da torre com o comandante da Rio-Sul. O controlador tentou avisar que o avião, autorizado inicialmente a levantar
vôo a aproximadamente dois quilômetros de altura, deveria diminuir a altitude.
Passageiros
"Foi um milagre de Deus. Escapamos de um abalroamento no
ar. Estivemos a menos de 200 metros de um avião da Varig", disse
o comandante pelo sistema de
som do Boeing-737 da Rio-Sul
aos passageiros, logo depois de ter
conseguido estabilizar novamente o vôo. O relato é do gerente de
vendas Flávio Jairo Alves, 32, que
estava a bordo.
Alves disse que o avião mergulhou "de lado" repentinamente e
levou cerca de três minutos para
se estabilizar.
"O pânico foi geral. Pensei que o
avião fosse cair. Havia muitas
crianças e houve gritaria na hora
do mergulho", disse o gerente.
Para o Centro de Comunicação
Social da Aeronáutica, a distância
entre os aviões não poderia ser de
200 metros, o que tornaria a manobra impossível e a colisão inevitável.
A assessoria de imprensa da
Rio-Sul não soube informar a distância entre os Boeings.
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