São Paulo, Quinta-feira, 23 de Dezembro de 1999


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Falha em equipamento causou a emergência entre 2 Boeings

FERNANDA SANTIAGO
da Agência Folha

Uma falha no dispositivo que avisa a aproximação de uma aeronave foi a causa da emergência com dois Boeings que quase colidiram no ar no último domingo.
O dispositivo não funcionou a tempo. Por isso, o piloto da aeronave da Rio-Sul foi obrigado a fazer uma manobra de emergência para evitar o choque, conforme relatório do piloto à empresa.
O vôo 405 da Rio-Sul decolou às 15h do aeroporto de Congonhas, em São Paulo, com destino a Navegantes, em Florianópolis (SC). Cerca de 14 minutos depois da decolagem -autorizada pela torre-, o co-piloto avistou um avião da Varig. O comandante do Boeing da Rio-Sul, Marcel Pagnot, teve mergulhar bruscamente.
O Boeing-737-200 da Varig, vôo 137, tinha saído do Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP) e fazia o trajeto Guarulhos/Joinville/Navegantes.
Segundo a assessoria de imprensa da Rio-Sul, o co-piloto percebeu a proximidade com a outra aeronave antes que o dispositivo TCAS (Traffic Collision Avoid System) -uma espécie de radar- funcionasse.
A assessoria informou que ainda não se pode dizer que o TCAS não funcionou, porque ainda está sendo feita uma perícia, a ser concluída na próxima semana.
De acordo com o Centro de Comunicação Social da Aeronáutica, o TCAS do avião da Rio-Sul não funcionou pelo fato de o Boeing da Varig não ter emitido um código que identificasse a sua localização.
O gerente da frota de 737-200 da Varig, John Long, disse que não ocorreu nenhum problema no vôo 137. "Não foi registrada anormalidade no vôo. O equipamento estava em ordem e emitiu os sinais corretamente."
Long não descartou a possibilidade de ter ocorrido "uma interferência momentânea e imperceptível de uma rádio pirata".
Houve também uma pane de transmissão, conforme a Aeronáutica, o que impossibilitou a comunicação da torre com o comandante da Rio-Sul. O controlador tentou avisar que o avião, autorizado inicialmente a levantar vôo a aproximadamente dois quilômetros de altura, deveria diminuir a altitude.

Passageiros
"Foi um milagre de Deus. Escapamos de um abalroamento no ar. Estivemos a menos de 200 metros de um avião da Varig", disse o comandante pelo sistema de som do Boeing-737 da Rio-Sul aos passageiros, logo depois de ter conseguido estabilizar novamente o vôo. O relato é do gerente de vendas Flávio Jairo Alves, 32, que estava a bordo.
Alves disse que o avião mergulhou "de lado" repentinamente e levou cerca de três minutos para se estabilizar.
"O pânico foi geral. Pensei que o avião fosse cair. Havia muitas crianças e houve gritaria na hora do mergulho", disse o gerente.
Para o Centro de Comunicação Social da Aeronáutica, a distância entre os aviões não poderia ser de 200 metros, o que tornaria a manobra impossível e a colisão inevitável.
A assessoria de imprensa da Rio-Sul não soube informar a distância entre os Boeings.




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