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Zerbini terá mais prazo para quitar dívida
Fundação de apoio ao InCor terá até 2018 para pagar ao BNDES financiamento de R$ 155 milhões que venceria em 2012
Governo do Estado será
avalista da fundação em
parte da dívida; acordo,
ainda em negociação, será
assinado em até 90 dias
RICARDO WESTIN
DA REPORTAGEM LOCAL
Já estão definidos os principais termos do acordo de refinanciamento da dívida de cerca
de R$ 155 milhões que a Fundação Zerbini tem com o BNDES
(Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
Um dos pontos do acordo, segundo a Folha apurou, é a ampliação, de 2012 para 2018, do
prazo para que a dívida da fundação seja quitada.
O acordo será assinado em,
no máximo, 90 dias. A dívida
com o BNDES é referente a um
empréstimo tomado há mais
de dez anos para a construção
de um anexo do prédio principal do InCor (Instituto do Coração), do Hospital das Clínicas
de São Paulo.
A Fundação Zerbini é a entidade que presta apoio financeiro ao InCor. No final do ano
passado, veio à tona que a fundação enfrentava uma grave
crise financeira, afogada numa
dívida de R$ 246 milhões.
O InCor atende a pacientes
particulares, de convênios médicos e do sistema público de
saúde. É o maior centro de cardiologia da América Latina.
Preocupado com a possibilidade de que a crise afetasse os
pacientes atendidos no InCor
pelo sistema público, o governo
de São Paulo entrou nas negociações. Isso facilitou o acordo
com o banco estatal.
O governo paulista, pelos termos do novo acordo, será avalista de uma parte da dívida, de
pelo menos R$ 40 milhões. Caso a Fundação Zerbini não tenha condições de pagar esse valor, o governo terá de fazê-lo.
Condições
Para ajudar nas negociações,
porém, São Paulo impôs uma
série de exigências. A Zerbini
teve de reduzir o número de
funcionários (caiu de 5.600 para 3.100), acabar com os altos
salários e deixar de administrar
o InCor de Brasília (a desvinculação total está marcada para
março), por exemplo.
A fundação contratou uma
empresa de consultoria especializada em reestruturação
corporativa. Em novembro do
ano passado, contava um déficit financeiro de R$ 56 milhões.
Conseguiu sair do vermelho e,
em novembro deste ano, já
atingia um superávit de R$ 23
milhões.
Procurado pela Folha, o
BNDES informou que não comentaria porque o acordo ainda não foi assinado. O médico
David Uip, diretor da Fundação Zerbini e do InCor, confirmou que houve "uma adequação da dívida a prazos" e "a participação do governo", mas disse que não poderia fornecer detalhes em razão do sigilo que envolve as negociações.
"Há um ano, a fundação estava praticamente insolvente.
Agora está nos trilhos", afirmou o médico. "Isso é crédito
do Incor, da Zerbini, do Hospital das Clínicas, da Faculdade
de Medicina da USP, da Fundação Faculdade de Medicina e
do governo estadual."
Com os avanços na negociação com o BNDES, a Fundação
Zerbini deixou de fazer parte
do Cadin, o cadastro das entidades inadimplentes com o governo federal. O que resta agora é uma dívida de R$ 30 milhões com bancos privados.
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