São Paulo, domingo, 23 de dezembro de 2007

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Às vésperas do Natal, mais de um terço dos vôos tem problemas

32,1% dos vôos programados da 0h às 19h de ontem tiveram mais de uma hora de atraso; 6,7% foram cancelados

Passageiros reclamaram da falta de informação sobre mudanças; o ministro Nelson Jobim passou o dia em local não divulgado

IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

ROBERTO DE OLIVEIRA
DA REVISTA DA FOLHA

LUISA BELCHIOR
DA SUCURSAL DO RIO

Passageiros enfrentaram ontem mais um dia de problemas nos aeroportos, com atrasos e cancelamentos de mais de um terço (38,8%) dos vôos programados de 0h às 19h. Segundo a Infraero, "problemas meteorológicos" causaram o fechamento intermitente dos aeroportos de Curitiba (PR), Navegantes (SC), Confins e Uberlândia, em Minas. Para a estatal, esse foi o motivo dos atrasos em 32,1% dos pousos e das decolagens em todo o país e cancelamentos de 6,7% dos vôos previstos.
Significa dizer que mais de um em cada três vôos previstos para o sábado, auge das viagens para o Natal deste ano, atrasou mais de uma hora ou não decolou. A presidente da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), Solange Paiva Vieira, também atribuiu os atrasos aos reflexos dos problemas de anteontem, quando a agência inaugurou uma mudança na malha aérea.
Ela disse que a expectativa é que a situação nos aeroportos fique tranqüila até o dia 26. "Se não tiver problema meteorológico, não tem por que ter atraso. Ninguém vai passar o Natal e o Réveillon nos aeroportos."
Vieira passou a manhã no aeroporto Tom Jobim, no Rio, acompanhando a movimentação. Os atrasos no aeroporto das 7h às 12h foram de 40%, com pico de 50% às 10h.
De acordo com a Infraero, até as 14h a Gol detinha o maior percentual de atrasos, com 54,6% de seus vôos decolando ou pousando uma hora depois do previsto. Vieira afirmou que vai cobrar melhorias da empresa. A assessoria da Gol informou que os atrasos aconteceram por conta do fechamento de alguns aeroportos e que, por isso, alguns aviões ficaram travados nas pistas. A empresa não quis comentar as declarações da presidente da Anac.

Tranqüilo
O ministro da Defesa, Nelson Jobim -que anteontem disse que os passageiros podem viajar tranqüilos, "e tomando chimarrão, se quiserem"- passou o dia no Estado do Rio, sem agenda oficial e em local não divulgado. Tanto sua assessoria quanto a Infraero avaliaram o dia como normal.
Segundo a estatal, um efeito dominó causado pelos atrasos de anteontem e as más condições climáticas em Belo Horizonte e Curitiba provocaram problemas no aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Dos 147 vôos previstos das 0h às 19h, houve 28 atrasos (19%) e 24 cancelamentos (16,3%).

Reclamações
O maior tumulto no aeroporto até a início da tarde foi protagonizado pela diretora teatral Lucia Segal. Ela embarcaria no vôo 3662 para Porto Seguro, marcado para as 13h30. A TAM, porém, adiantou o embarque para as 13h13, sem conseguir avisar, segundo a gerente Giselle, todos os passageiros.
A maior queixa aos fiscais da Anac no aeroporto era justamente a mudança de horário sem aviso aos passageiros.
Nervosa, Lucia gritava que não havia sido informada da alteração. Após insistência e bate-boca, conseguiu remarcar seu bilhete para outro vôo, programado para as 18h30, saindo de Guarulhos (Grande SP).
A funcionária pública Lorena Alves, 28, chegou a Congonhas às 10h45 para fazer o check-in do vôo 2054 com horário previsto de decolagem às 12h55 para Belo Horizonte. No balcão da Varig, foi informada que seu vôo não sairia. Ela foi transferida para um vôo das 16h.
"O que eu achei incrível é que não me deram nenhuma explicação pelo cancelamento do meu vôo inicial. Além de ter que ficar esperando todo esse tempo, sofro também pela minha cachorra, Tapioca, 6, que tem problemas de coluna." Tapioca aguardava o vôo na gaiolinha especial de viagem.
A manhã em Cumbica também começou com problemas, mas a situação melhorou ao longo do dia, embora o balanço, às 19h, era de 53 vôos atrasados (25,9%) e 2 cancelados (1%).


Colaborou a Agência Folha


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