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Às vésperas do Natal, mais de um terço dos vôos tem problemas
32,1% dos vôos programados da 0h às 19h de ontem tiveram mais de uma hora de atraso; 6,7% foram cancelados
Passageiros reclamaram da falta de informação sobre mudanças; o ministro Nelson Jobim passou o dia em local não divulgado
IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
ROBERTO DE OLIVEIRA
DA REVISTA DA FOLHA
LUISA BELCHIOR
DA SUCURSAL DO RIO
Passageiros enfrentaram ontem mais um dia de problemas
nos aeroportos, com atrasos e
cancelamentos de mais de um
terço (38,8%) dos vôos programados de 0h às 19h. Segundo a
Infraero, "problemas meteorológicos" causaram o fechamento intermitente dos aeroportos
de Curitiba (PR), Navegantes
(SC), Confins e Uberlândia, em
Minas. Para a estatal, esse foi o
motivo dos atrasos em 32,1%
dos pousos e das decolagens em
todo o país e cancelamentos de
6,7% dos vôos previstos.
Significa dizer que mais de
um em cada três vôos previstos
para o sábado, auge das viagens
para o Natal deste ano, atrasou
mais de uma hora ou não decolou. A presidente da Anac
(Agência Nacional de Aviação
Civil), Solange Paiva Vieira,
também atribuiu os atrasos aos
reflexos dos problemas de anteontem, quando a agência
inaugurou uma mudança na
malha aérea.
Ela disse que a expectativa é
que a situação nos aeroportos
fique tranqüila até o dia 26. "Se
não tiver problema meteorológico, não tem por que ter atraso. Ninguém vai passar o Natal
e o Réveillon nos aeroportos."
Vieira passou a manhã no aeroporto Tom Jobim, no Rio,
acompanhando a movimentação. Os atrasos no aeroporto
das 7h às 12h foram de 40%,
com pico de 50% às 10h.
De acordo com a Infraero, até
as 14h a Gol detinha o maior
percentual de atrasos, com
54,6% de seus vôos decolando
ou pousando uma hora depois
do previsto. Vieira afirmou que
vai cobrar melhorias da empresa. A assessoria da Gol informou que os atrasos aconteceram por conta do fechamento
de alguns aeroportos e que, por
isso, alguns aviões ficaram travados nas pistas. A empresa
não quis comentar as declarações da presidente da Anac.
Tranqüilo
O ministro da Defesa, Nelson
Jobim -que anteontem disse
que os passageiros podem viajar tranqüilos, "e tomando chimarrão, se quiserem"- passou
o dia no Estado do Rio, sem
agenda oficial e em local não divulgado. Tanto sua assessoria
quanto a Infraero avaliaram o
dia como normal.
Segundo a estatal, um efeito
dominó causado pelos atrasos
de anteontem e as más condições climáticas em Belo Horizonte e Curitiba provocaram
problemas no aeroporto de
Congonhas, em São Paulo. Dos
147 vôos previstos das 0h às
19h, houve 28 atrasos (19%) e
24 cancelamentos (16,3%).
Reclamações
O maior tumulto no aeroporto até a início da tarde foi protagonizado pela diretora teatral
Lucia Segal. Ela embarcaria no
vôo 3662 para Porto Seguro,
marcado para as 13h30. A TAM,
porém, adiantou o embarque
para as 13h13, sem conseguir
avisar, segundo a gerente Giselle, todos os passageiros.
A maior queixa aos fiscais da
Anac no aeroporto era justamente a mudança de horário
sem aviso aos passageiros.
Nervosa, Lucia gritava que
não havia sido informada da alteração. Após insistência e bate-boca, conseguiu remarcar
seu bilhete para outro vôo, programado para as 18h30, saindo
de Guarulhos (Grande SP).
A funcionária pública Lorena
Alves, 28, chegou a Congonhas
às 10h45 para fazer o check-in
do vôo 2054 com horário previsto de decolagem às 12h55 para Belo Horizonte. No balcão da
Varig, foi informada que seu
vôo não sairia. Ela foi transferida para um vôo das 16h.
"O que eu achei incrível é que
não me deram nenhuma explicação pelo cancelamento do
meu vôo inicial. Além de ter
que ficar esperando todo esse
tempo, sofro também pela minha cachorra, Tapioca, 6, que
tem problemas de coluna." Tapioca aguardava o vôo na gaiolinha especial de viagem.
A manhã em Cumbica também começou com problemas,
mas a situação melhorou ao
longo do dia, embora o balanço,
às 19h, era de 53 vôos atrasados
(25,9%) e 2 cancelados (1%).
Colaborou a Agência Folha
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