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Temporal de 90 minutos alaga ruas e gera caos
Foram registrados 44 pontos de alagamento; 10 bairros ficaram sem energia
Na zona sul, três veículos foram tragados por um piscinão e levados pela correnteza; a previsão para hoje é de mais chuva
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma tempestade de mais de
uma hora e meia castigou a cidade ontem à tarde e provocou
44 pontos de alagamento, 20
deles intransitáveis. A forte
chuva deixou pessoas ilhadas,
afetou o trânsito, fechou o aeroporto de Congonhas e causou
queda de energia em pelo menos dez bairros. Casas e carros
foram inundados e alguns imóveis desabaram. Em cinco pontos, houve queda de granizo.
Na avenida Jornalista Roberto Marinho (zona sul), um Astra, um Uno e uma Kombi foram tragados por um piscinão e
levados pela correnteza.
O motorista do Astra, que estava dentro do carro na hora do
acidente, chegou a cair na água,
mas foi resgatado por pessoas
que passavam pelo local.
A previsão é de mais chuvas à
tarde nos próximos dias.
O volume da chuva foi uma
das causas do estrago. Em média, a cidade teve 16,8 mm de
chuva, mas, em alguns pontos,
como o Bom Retiro (região
central), o volume ultrapassou
50 mm -o esperado para dezembro na cidade é 201 mm.
De acordo com o CGE (Centro de Gerenciamento de
Emergências), bairros da zona
sul (como Santo Amaro) e da
zona norte foram os mais afetados. Na zona norte, choveu granizo em Santana e no terminal
Tietê. Vila Guilherme e Vila
Maria ficaram sem luz.
Na zona sul, Congonhas ficou
fechado das 15h30 às 16h55.
Quem tentava se locomover de
carro também enfrentou muitos problemas. Às 16h10, a CET
registrava 110 km de lentidão
-na segunda-feira anterior, a
média era de 40 km às 16h.
A marginal Tietê ficou intransitável na ponte das Bandeiras (pista expressa, sentido
Ayrton Senna) por mais de uma
hora. Na marginal Pinheiros,
um alagamento causou uma fila de carros de 3 km. A ponte do
Morumbi foi interditada e um
ônibus ficou ilhado. No Morumbi, árvores caíram, atingindo carros estacionados.
Perto dali, na rua Francisco
Dias Velho, no Brooklin (zona
sul), todas as casas foram tomadas pela água. A analista de sistemas Magda Izis de Oliveira
Lima, 29, perdeu os móveis que
tinha acabado de comprar.
A concessionária Ava Motors
também tentava ter uma idéia
das perdas. A loja, localizada
próximo a Embu das Artes
(Grande SP) e ao lado da rodovia Régis Bittencourt, foi completamente inundada. "Tivemos que acorrentar os carros
dos funcionários para que não
fossem levados", afirmou a secretária Janete Constantino,
em telefonema à Folha ontem.
O Cptec (Centro de Previsão
de Tempo e Estudos Climáticos) informou ontem que as
pancadas de chuva devem continuar no período da tarde nos
próximos dias na Grande São
Paulo. Na quinta, o tempo deve
ficar ainda mais nublado.
Antes de ir ao CGE, o prefeito Gilberto Kassab sobrevoou
de helicóptero as regiões mais
afetadas pela enchente.
(MÁRCIO PINHO e TALITA BEDINELLI)
Colaborou FERNANDO DONASCI , repórter fotográfico
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