São Paulo, terça-feira, 23 de dezembro de 2008

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Na marginal, água cobriu janela de carros

Força dos ventos derrubou ponto de ônibus da avenida Chucri Zaidan, no Brooklin, e casas da região foram alagadas

Enchente passou de 1 metro e motoristas tiveram perda total com veículos atolados na lama; com motor parado, alguns foram rebocados


Ricardo Nogueira/Folha Imagem
Forte chuva deixa pontos de alagamento na marginal do rio Pinheiros e provoca congestionamentos; casas da região foram invadidas pela água e um ponto de ônibus foi destruído pelo vento

TALITA BEDINELLI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Na marginal Pinheiros, perto da ponte do Morumbi, a água chegou a cobrir as janelas dos carros. "Na hora em que eu vi que estava subindo, joguei o carro no canteiro. Ele ainda atolou na lama", contou o promotor de vendas William Leonel, 38, cujo veículo, invadido pela água, parou de funcionar.
O mesmo aconteceu com o motorista Danilo Santos de Souza, 20, que estacionou o carro na avenida Chucri Zaidan para entregar os salgadinhos que vende em uma empresa.
A água invadiu a avenida e chegou a cerca de um metro de altura. O automóvel de Souza, que não possui seguro, foi inundado e o motor parou de funcionar. O porta-malas, com as coxinhas que seriam entregues, também ficou alagado.
O prejuízo estimado por ele com a perda da mercadoria, além do gasto com o guincho, é de cerca de R$ 200.
"O seguro do carro vai ser meu bolso mesmo", lamentava. Enquanto o motorista ajudava o guincho a rebocar seu carro, os pedestres tentavam desviar da lama que sobrou na avenida depois que a água baixou.
A poucos metros do local, um ponto de ônibus foi destruído por causa da força do vento.
No Brooklin, perto da ponte Octavio Frias de Oliveira, todas as casas da rua Francisco Dias Velho inundaram. "Isso não acontecia havia uns oito anos por aqui. Perdi toda a comida que estava no armário", dizia a agente escolar Maria Aparecida Franco, 68.
Na casa da frente, o repositor de mercadorias Francisco Fernandes viu a água subir rapidamente, inclusive pelos ralos, até atingir a altura do peito.
Na casa, a família guardava produtos do mercadinho que possui. A mercadoria, além de móveis e eletrodomésticos, ficou molhada -um prejuízo estimado por ele em R$ 10 mil.
Na zona norte, a queda de árvores bloqueou parte de algumas das principais vias. Na avenida Cruzeiro do Sul, pelo menos quatro árvores foram derrubadas pela força da chuva.
Na avenida Brás Leme, uma árvore de grande porte caiu sobre uma Fiorino e uma moto. O carro teve a lataria amassada, mas ninguém se feriu.
Na região, os semáforos também pararam de funcionar devido à queda de energia. As duas pistas auxiliares da marginal Tietê, no sentido Ayrton Senna, também ficaram intransitáveis por cerca de meia hora.
Por causa do alagamento em várias vias, o congestionamento na cidade chegou, às 19h, a 174 km, segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego). Para ir do centro ao aeroporto de Congonhas, pela 23 de Maio, o motorista levou até duas horas no final de tarde de ontem.


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