São Paulo, quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

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Córrego enche, arrasta carros
e mata 1


Água chegou a 2 m de altura em alguns pontos da zona sul de SP; professora morreu ao tentar salvar seu carro

Em 30 minutos, choveu 42 mm na região, o equivalente a 20% do estimado para toda a cidade em dezembro


DE SÃO PAULO
DO "AGORA"


Apenas meia hora de chuva forte bastou para que mais de cem casas fossem invadidas pelas águas do córrego Ponte Baixa, no Jardim Santo Amaro, na região do M'Boi Mirim (zona sul de SP).
Eram 23h30 de anteontem quando as águas começaram a levar carros, derrubar muros e grades de condomínios.
Uma professora, que tentou salvar seu Fiat Uno, morreu após ser arrastada pela enxurrada. Mais de 120 automóveis, a maioria deles localizada em dois condomínios da região, foram danificados.
Em alguns pontos, como na rua Amaro Velho, a água atingiu a marca de dois metros de altura. "Parecia que tinha um rio passando aqui no meio da rua. Precisamos nadar para ajudar uma mulher que ficou presa em casa", disse o massagista Gilmar Ribeiro, 53.
Por causa da tempestade, um carro foi engolido por uma cratera aberta no cruzamento das ruas Daniel Klein e Gonçalo Fernandes. O proprietário do veículo, o corretor de imóveis Alberto Fernandes, 41, não se feriu.
"Eu não entendi o que estava acontecendo, a chuva era tão forte que eu não conseguia enxergar direito e caí no buraco", conta o corretor.
Uma galeria pluvial que passa sob o cruzamento rompeu, o que causou o buraco. Cinco imóveis próximos à cratera foram interditados pela prefeitura.

INTENSIDADE
De acordo com o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências), em 30 minutos choveu 42 mm na região, o equivalente a 20% do estimado para toda a cidade no mês de dezembro.
O córrego Jurubatuba também transbordou na região. A água, misturada ao lixo, aos escombros e à lama, invadiu dezenas de casas às margens do local.
Na tarde de ontem, os moradores ainda contabilizavam os prejuízos. Além de muita lama, era possível ver diversos móveis, colchões e eletrodomésticos jogados na rua esperando que fossem recolhidos pelos funcionários da prefeitura que faziam a limpeza da região.
"Perdi a cama e o colchão. Não tenho nem onde dormir", disse o aposentado José Martins Pedro, 80. (AFONSO BENITES e RAFAEL ITALIANI)


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