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No auge da crise aérea, pelo menos 50% dos vôos da Gol e da TAM tiveram atrasos
MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL
Em dezembro, o pior mês no
caos registrado nos aeroportos,
57% dos vôos domésticos da
TAM saíram com atraso de no
mínimo quatro horas. No caso
da Gol, o percentual de vôos
atrasados foi menor, mas ainda
extremamente alto, de 53%.
Os dados, recém divulgados
da Anac (Agência Nacional de
Aviação Civil), mostram que a
pontualidade dos vôos pioraram desde novembro, auge da
operação-padrão dos controladores: 46% dos vôos da TAM
nesse mês saíram atrasados, e
40% dos realizados pela Gol.
A agência considera como
atrasados apenas os vôos que
saem mais de quatro horas depois do horário programado.
Historicamente, o percentual de vôos atrasados dessas
duas companhias, que juntas
possuem mais de 85% do mercado, varia entre 2% e 4%. A situação piorou mais ainda com
os problemas enfrentados pelos passageiros da TAM no Natal -a companhia afirma que
teve que parar seis aviões para
manutenção não-programada.
A Anac apontou, a partir de
uma primeira auditoria realizada por uma equipe técnica nas
companhias, que a retirada
não-programada desses seis
aviões teria precipitado a crise
em dezembro. Mas essa explicação não convenceu a agência,
que determinou nova auditoria, ainda sendo realizada.
Acidente estatístico
O percentual de vôos internacionais atrasados também
foi alto. Segundo dados da
agência: 51% desses vôos da
TAM atrasaram em dezembro,
e 58% dos da Gol.
A TAM não admite responsabilidade pela crise do Natal
-alguns especialistas afirmam
que a companhia cometeu erros de gestão. Segundo a empresa, a conjunção de problemas como seis aviões parados,
condições meteorológicas
ruins e queda em sistemas de
computador seria uma improbabilidade comparável a um bilhete premiado de loteria ou ao
acidente da Gol.
"O que ocorreu conosco foi
um acidente sem vítimas fatais", disse o diretor de relações
institucionais da TAM, Paulo
Castello Branco. A companhia
traz na última edição de sua revista de bordo um pedido de
desculpas aos passageiros pela
crise.
Procurada, a Gol não se manifestou sobre o seu percentual
de atrasos em dezembro.
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