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Empregar ilegais deve virar crime na Europa
Objetivo é evitar que empregador use imigrante ilegal para pagar salários baixos
Segundo relatório do Ministério das Relações Exteriores, há cerca de 1 milhão de brasileiros que vivem em território europeu
DA REDAÇÃO
Um comitê do Parlamento
Europeu aprovou anteontem
uma diretriz que pretende tornar crime o emprego de imigrantes ilegais no território europeu. A adoção definitiva da
lei deve ocorrer nas próximas
semanas, embora o tema ainda
vá ser debatido em uma sessão
plenária marcada para o dia 19
de fevereiro em Bruxelas.
A decisão poderá afetar a vida
de cerca de 8 milhões de estrangeiros, inclusive brasileiros,
que hoje vivem na Europa e que
trabalham em setores como
construção civil, agricultura e
setor hoteleiro. Segundo relatório do Ministério das Relações Exteriores de julho de
2008, há cerca de 3 milhões de
brasileiros no exterior. Só na
Europa, vivem até 1 milhão.
O objetivo da nova lei, segundo o parlamento, é punir o empregador que usa o imigrante
ilegal para pagar salários baixos
e sonegar impostos trabalhistas. Além disso, a lei pretende
dar incentivo à imigração e ao
trabalho legais. A UE (União
Europeia) também alega que
pretende proteger o imigrante
contra a exploração.
Para tanto, haverá uma série
de sanções aplicáveis aos empresários. "Os empregadores
poderão ser multados, forçados
a compensar os trabalhadores
em condição ilegal com o pagamento de salários regulamentares retroativos e até ficar
proibidos de fechar contratos
públicos durante cinco anos",
diz o Parlamento Europeu.
Além de uma fiscalização dura, a UE espera contar com a
ajuda dos próprios imigrantes
ilegais, que poderão denunciar
condições exploratórias de trabalho. Quem cooperar poderá
receber um visto temporário de
residência ou até um "blue
card" (a versão europeia do
"green card" americano).
Nos casos em que não houver essa possibilidade, o empresário terá de arcar com os
custos da viagem de retorno
dos imigrantes, além de ter de
pagar ao governo todos os impostos relativos ao trabalho ilegal. Deve ser criada ainda uma
lista com os nomes das empresas que violarem a lei.
A nova legislação sugere, no
entanto, que sejam aplicadas
punições menos severas contra
aqueles que empregam trabalhadores domésticos clandestinamente, contanto que se prove que as condições de trabalho
não são exploratórias.
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