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JOSÉ DAVID MARTINS (1930-2010)
O português refez a vida a partir da olaria
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
Na década de 1950, José
David Martins embarcou para o Brasil deixando para trás
Portugal e a vida de seminarista que levava até então.
Como morava numa vila
muito pobre, acreditou que
em Campinas, no interior de
São Paulo -onde já viviam
primos e tios-, poderia ter
melhores oportunidades.
Na nova empreitada, a partir do trabalho com o barro
ele começou a reconstruir a
vida. Arrumou o primeiro
emprego na olaria do tio, onde se produziam tijolos.
Com o tempo, adquiriu experiência suficiente para se
lançar sozinho nos negócios.
Alugou, então, uma cerâmica, chamada Vera Cruz,
que vendia, além de tijolos,
telhas de vários tipos, como
francesa, mineira e paulista.
Até que, em Hortolândia
(SP), encontrou um barreiro,
e lá montou a própria cerâmica. Ao crescer, a empresa
deu origem à Confibra, que
existe até hoje fabricando telhas de fibrocimento, forros
e caixas-d'água, entre outros.
Segundo o filho José Martins David Júnior, que assumiu a presidência da empresa no ano passado, o pai costumava voltar a Portugal todos os anos. Querido pelos
amigos -afirma o filho-, ele
conservava a sabedoria da
época em que estudou filosofia no seminário.
Morreu na segunda-feira,
aos 79 anos, em decorrência
de um câncer. Teve quatro filhos, nove netos e três bisnetos. A missa de sétimo dia será realizada amanhã, às
19h30, na igreja Santa Rita
de Cássia, em Campinas.
coluna.obituario@uol.com.br
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