São Paulo, segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

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Conselho de Psicologia oferece assistência a vítimas

DO ENVIADO ESPECIAL A TERESÓPOLIS

O Conselho Federal de Psicologia montou uma mobilização com as sedes regionais para assistência terapêutica e amparo às vítimas das enchentes de Estados como o Rio de Janeiro e São Paulo.
Na última sexta-feira, a cúpula da psicologia brasileira reuniu-se no Rio de Janeiro para delinear um plano de ação e métodos de abordagem a pessoas que perderam parentes e a casa nas chuvas dos últimos dias.
Depois dessa primeira experiência em cidades como Teresópolis, Nova Friburgo e Petrópolis, na região serrana do Rio, a mais afetada pelas chuvas, o conselho quer criar uma equipe de trabalho permanente para assistir os desabrigados e flagelados.
"Neste momento de sofrimento relutamos em chamar esses desastres de naturais, pois ocorrem devido a uma trágica aliança entre fortes chuvas e as deficiências nacionais e locais em planejamento urbano e na prevenção de tragédias", diz um comunicado do conselho.
"Algumas pessoas entram num processo psicológico de negação, o que dificulta a superação desse drama. É preciso reconstruir a vida, mas é difícil até saber por onde começar", diz o psicólogo Humberto Verona, presidente do conselho federal.

VOLUNTÁRIOS
Desde o primeiro dia da enchente na região serrana do Rio, psicólogos voluntários têm dado assistência às vítimas do desastre.
No entanto, o objetivo do conselho federal agora é sistematizar o atendimento e criar um método específico para quem perdeu os familiares e a casa.
Médicos e psicólogos que trabalham em abrigos de Teresópolis dizem que lidar com o estresse pós-traumático das pessoas que sobreviveram ao desastre é um dos maiores desafios.
Já na primeira semana, muitos desalojados apresentaram sintomas como irritabilidade, hiperatividade e distúrbios do sono, como pesadelos recorrentes.
Nos abrigos de Teresópolis, houve casos até de pacientes com distúrbios psiquiátricos que, sem as receitas dos remédios controlados, perdidas na enchente, tiveram surtos, motivo de estresse e desestabilização para os demais desabrigados.


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