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SAÚDE
Idéia da gestão Serra é conceder unidades básicas a entidades, que usariam seus funcionários para suprir carência na periferia
Secretário estuda rodízio de médicos na rede
DA REPORTAGEM LOCAL
DO "AGORA"
O secretário da Saúde da cidade
de São Paulo, Claudio Lottenberg,
estuda implantar um sistema de
"rodízio de médicos" para cobrir
o déficit que existe, principalmente na periferia da capital.
A secretaria promete chegar
neste ano a 800 equipes do Programa Saúde da Família -hoje
são atualmente 600.
"Nos serviços de urgência não
faltam médicos, agora o grande
problema são locais de difícil
acesso: você faz concurso, oferece
remuneração melhor, mas as pessoas não querem", disse o secretário na manhã de ontem.
Segundo Lottenberg, a idéia é
que parceiros -entidades sem
fins lucrativos, como a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), que hoje já cuidam de equipes do Programa Saúde da Família -assumam também a administração de unidades básicas de
saúde (UBSs) e implantem o rodízio de profissionais. A primeira a
ser entregue é um posto de saúde
no Jardim Ângela, zona sul.
"Você pega um parceiro, dá a
ele também a incumbência de
uma UBS e então ele consegue,
num sistema de rodízio de médicos, cobrir aquela deficiência", explicou o secretário. "Ele [parceiro] consegue que os próprios médicos façam sistema de rodízio."
O secretário reconheceu que o
sistema não é ideal, porque os médicos teriam dificuldades para
criar vínculos com os pacientes.
"Mas é pelo menos a oportunidade de você oferecer alguma coisa
para quem não tem nada."
Após a palestra, ele também
prometeu informatizar as entregas de remédios até o fim do ano.
Segundo a coordenadora de Recursos Humanos da secretaria,
Cláudia Valentina Campos, o déficit de médicos na periferia paulistana é de 700 profissionais,
17,5% dos 4.000 servidores. A carência está concentrada nos extremos das zona sul e leste da cidade.
"Estamos estudando essa possibilidade com base na experiência
do Programa Saúde da Família,
na qual houve uma fixação melhor dos profissionais na periferia", disse a coordenadora.
O PSF é uma estratégia de atenção básica à saúde em que equipes
com médico, enfermeiro, auxiliares e agentes comunitários cuidam de grupos de família.
As vagas em UBSs da periferia
(em geral lugares de difícil acesso
e com alto índice de violência) são
freqüentemente recusadas pelos
aprovados nos concursos. No ano
passado, a prefeitura ofereceu
gratificação extra de 40% para
quem optasse por trabalhar na
periferia, mas não conseguiu adesões. "Mesmo com esse benefício,
não se completou o quadro", afirmou Cláudia Campos.
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