São Paulo, domingo, 24 de fevereiro de 2008

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Cinzas vão parar em anel ou até no espaço

DA REPORTAGEM LOCAL

Normalmente, as cinzas resultantes da cremação são jogadas -ou aspergidas, como se diz no jargão funerário- num local que era especial para a pessoa que morreu, como o mar, um rio, um jardim.
Há, porém, destinos incomuns. O Crematorium Metropolitan, de Curitiba, por exemplo, também oferece crucifixos ocos e anéis com compartimentos onde podem ser colocadas pequenas quantidades de cinza.
Funcionários de crematórios contam histórias de parentes que jogaram o pó em lata de tinta e pintaram as paredes de casa e de gente que adubou uma árvore cujas frutas são solenemente comidas em Finados.
No exterior, há empresas que transformam as cinzas em diamante e outras que prometem, em associação com a Nasa, mandá-las para o espaço.
As cerimônias do adeus podem variar das tradicionais palavras de conforto do padre a celebrações com música ao vivo e comes e bebes.
"Já providenciamos o hino do Atlético para um torcedor fanático", conta Haroldo Felício, diretor comercial do Parque Renascer, em Belo Horizonte. "Nos enterros aqui em Minas, principalmente no interior, você sempre tem café, broa e pão de queijo. Fazemos a mesma coisa nas cremações. O mineiro é um povo muito tradicionalista."
No Crematório da Vila Alpina, em São Paulo, a coleção de CDs inclui Roberto Carlos, Fábio Jr., Jorge Aragão e Celine Dion. Do lado de fora da capela ecumênica, cartazes avisam: "O silêncio é uma prece".
Dos 23 crematórios brasileiros, o de São Paulo e o do Rio são os únicos públicos. Na capital fluminense, a cremação sai por cerca de R$ 900. Na paulista, depende do poder aquisitivo da família do morto -pode ser gratuita ou custar até R$ 1.100. Nos crematórios particulares, as cerimônias mais caras passam de R$ 3.000. (RW)


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