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Cinzas vão parar em anel ou até no espaço
DA REPORTAGEM LOCAL
Normalmente, as cinzas resultantes da cremação são jogadas -ou aspergidas, como se
diz no jargão funerário- num
local que era especial para a
pessoa que morreu, como o
mar, um rio, um jardim.
Há, porém, destinos incomuns. O Crematorium Metropolitan, de Curitiba, por exemplo, também oferece crucifixos
ocos e anéis com compartimentos onde podem ser colocadas pequenas quantidades de
cinza.
Funcionários de crematórios
contam histórias de parentes
que jogaram o pó em lata de tinta e pintaram as paredes de casa e de gente que adubou uma
árvore cujas frutas são solenemente comidas em Finados.
No exterior, há empresas que
transformam as cinzas em diamante e outras que prometem,
em associação com a Nasa,
mandá-las para o espaço.
As cerimônias do adeus podem variar das tradicionais palavras de conforto do padre a
celebrações com música ao vivo e comes e bebes.
"Já providenciamos o hino
do Atlético para um torcedor
fanático", conta Haroldo Felício, diretor comercial do Parque Renascer, em Belo Horizonte. "Nos enterros aqui em
Minas, principalmente no interior, você sempre tem café,
broa e pão de queijo. Fazemos a
mesma coisa nas cremações. O
mineiro é um povo muito tradicionalista."
No Crematório da Vila Alpina, em São Paulo, a coleção de
CDs inclui Roberto Carlos, Fábio Jr., Jorge Aragão e Celine
Dion. Do lado de fora da capela
ecumênica, cartazes avisam: "O
silêncio é uma prece".
Dos 23 crematórios brasileiros, o de São Paulo e o do Rio
são os únicos públicos. Na capital fluminense, a cremação sai
por cerca de R$ 900. Na paulista, depende do poder aquisitivo
da família do morto -pode ser
gratuita ou custar até R$ 1.100.
Nos crematórios particulares,
as cerimônias mais caras passam de R$ 3.000.
(RW)
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