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Rio de Janeiro
"Matriz" e "filial" são os destaques da primeira noite
Beija-Flor tem grandes chances de conquistar o tri; a Vila Isabel, escola que tem a agremiação de Nilópolis como modelo, rivaliza
Cerca de 70% dos componentes da Beija-Flor são da comunidade, o que é sinônimo de garra e samba na ponta da língua
DA SUCURSAL DO RIO
Apresentando-se na mesma
noite de duas "filiais" suas, a
"matriz" mostrou por que é a
"matriz". Modelo de escola
adotado por Vila Isabel e Acadêmicos da Grande Rio, a Beija-Flor voltou a exibir o luxo, a
animação e a precisão técnica
habituais, e saiu do sambódromo, na madrugada de ontem,
com boas chances de conquistar seu terceiro tricampeonato.
O enredo de Alexandre Louzada sobre a história do banho
teve, como é comum nos Carnavais da escola, alegorias de
gosto discutível e fantasias de
leitura difícil. Mas o acabamento e a qualidade do material garantiram a riqueza visual.
A Beija-Flor se apoia ainda
no fato de que cerca de 70% dos
componentes são de Nilópolis
(Baixada Fluminense), o que é
sinônimo de garra e samba na
ponta da língua.
O casamento de Neguinho da
Beija-Flor -que luta contra um
câncer de intestino- deu o tom
de festa para a escola, embora
tenha causado apupos -a cerimônia durou 15 minutos e atrasou o início do desfile.
Com o enredo sobre o Teatro
Municipal do Rio, a Vila Isabel
repetiu o luxo que lhe valeu o título de 2006, mas aprimorou
outras lições aprendidas com a
Beija-Flor: fantasias não muito
pesadas e quase a totalidade
das alas formada por gente das
comunidades ligadas à escola.
Com enredo sobre as relações entre França e Brasil, a
Grande Rio veio com fantasias
tão luxuosas quanto pesadas.
Uma componente desmaiou
por causa do calor.
Das outras três escolas, a
Unidos da Tijuca confirmou o
que anunciara: um desfile leve
para falar de como o homem vê
o espaço. Mas fantasias e alegorias não primaram pela beleza.
O Império Serrano e a Mocidade Independente brigarão
para não cair. A primeira fez
uma apresentação simples, pecou pela fragilidade das fantasias e se apoiou na reedição do
samba de 1976 sobre as sereias.
A Mocidade confirmou a fragilidade do enredo, que misturou Machado de Assis e Guimarães Rosa, e ainda teve problemas na concentração: vendo fogo e fumaça num carro, bombeiros entraram em ação e danificaram a alegoria. O fogo era
um efeito previsto, diz a escola.
(LUIZ FERNANDO VIANNA, PEDRO SOARES, ITALO NOGUEIRA, DENISE MENCHEN
e VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO)
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