São Paulo, terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

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Rio de Janeiro

"Matriz" e "filial" são os destaques da primeira noite

Beija-Flor tem grandes chances de conquistar o tri; a Vila Isabel, escola que tem a agremiação de Nilópolis como modelo, rivaliza

Cerca de 70% dos componentes da Beija-Flor são da comunidade, o que é sinônimo de garra e samba na ponta da língua

DA SUCURSAL DO RIO

Apresentando-se na mesma noite de duas "filiais" suas, a "matriz" mostrou por que é a "matriz". Modelo de escola adotado por Vila Isabel e Acadêmicos da Grande Rio, a Beija-Flor voltou a exibir o luxo, a animação e a precisão técnica habituais, e saiu do sambódromo, na madrugada de ontem, com boas chances de conquistar seu terceiro tricampeonato.
O enredo de Alexandre Louzada sobre a história do banho teve, como é comum nos Carnavais da escola, alegorias de gosto discutível e fantasias de leitura difícil. Mas o acabamento e a qualidade do material garantiram a riqueza visual.
A Beija-Flor se apoia ainda no fato de que cerca de 70% dos componentes são de Nilópolis (Baixada Fluminense), o que é sinônimo de garra e samba na ponta da língua.
O casamento de Neguinho da Beija-Flor -que luta contra um câncer de intestino- deu o tom de festa para a escola, embora tenha causado apupos -a cerimônia durou 15 minutos e atrasou o início do desfile.
Com o enredo sobre o Teatro Municipal do Rio, a Vila Isabel repetiu o luxo que lhe valeu o título de 2006, mas aprimorou outras lições aprendidas com a Beija-Flor: fantasias não muito pesadas e quase a totalidade das alas formada por gente das comunidades ligadas à escola.
Com enredo sobre as relações entre França e Brasil, a Grande Rio veio com fantasias tão luxuosas quanto pesadas. Uma componente desmaiou por causa do calor.
Das outras três escolas, a Unidos da Tijuca confirmou o que anunciara: um desfile leve para falar de como o homem vê o espaço. Mas fantasias e alegorias não primaram pela beleza.
O Império Serrano e a Mocidade Independente brigarão para não cair. A primeira fez uma apresentação simples, pecou pela fragilidade das fantasias e se apoiou na reedição do samba de 1976 sobre as sereias.
A Mocidade confirmou a fragilidade do enredo, que misturou Machado de Assis e Guimarães Rosa, e ainda teve problemas na concentração: vendo fogo e fumaça num carro, bombeiros entraram em ação e danificaram a alegoria. O fogo era um efeito previsto, diz a escola.
(LUIZ FERNANDO VIANNA, PEDRO SOARES, ITALO NOGUEIRA, DENISE MENCHEN e VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO)


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