São Paulo, sexta-feira, 24 de março de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

BARBARA GANCIA

Sai, Palocci, sai já daí!

Volto da Itália achando que vai faltar assunto e dou de cara com as notícias da casa alugada pelo pessoal de Ribeirão Preto, do caseiro Francenildo e da quebra de seu sigilo bancário. Morrer de tédio no Brasil é que a gente não vai, não é mesmo?
Assim como no escândalo anterior, em que a turma de Gushiken mirou contra a turma de Zé Dirceu e acabou atingindo em cheio o Roberto Jefferson, no escândalo atual também é o fogo amigo o responsável por trazer à tona a sânie do governo Lula.
O Palocci, com aquela carinha de seminarista, que me perdoe, mas não fomos nós, jornalistas, que resolvemos escarafunchar a vida particular do ministro. E, por mais que funcionários da Caixa Econômica leais a Palocci tentem incriminar o caseiro, até prova em contrário, não foi a oposição quem saiu dizendo o que acontecia na tal casa do barulho.
O mui amigo Buratti resolveu botar a boca no trombone? Pois isso nos confere o legítimo direito de discutir a vida íntima do ministro e de seus assessores em mesas de bar. Ou será que saber que houve briga por mulher não nos diz muito sobre o caráter dos envolvidos no escândalo? Brigar por conta de mulher, ainda mais quando ela vem a ser uma profissional do sexo, é coisa de rapagote sem vivência, de gente muito da primária ou de quem não tem nada a perder.
Palocci podia adiantar o expediente e, em vez de tentar se valer de evasivas que acabam sempre se provando inúteis, dar logo uma de Bill Clinton, indo a público pedir desculpas por ter se envolvido com as pessoas erradas.
Mas para que ele vai fazer isso, se nada dá em nada no Brasil do petismo? Para que o ministro vai admitir que pisou na jaca quando até uma parcela considerável de eleitores da oposição está sob a impressão de que ele é o ministro mais eficiente de Lula? Na minha modestíssima opinião, do ponto de vista dos petistas no governo, eficiente mesmo é o ministro Thomaz Bastos, mas isso já é outra questão.
Essa conversa mole de que os juros devem ser mantidos nas alturas para conter a inflação está completamente ultrapassada em um mundo em que os produtos chineses tomam o espaço de quem aumentar seus preços. Juros altos são música apenas para os ouvidos de banqueiros.
Palocci, com sua tara de ser mais realista do que o rei Pedro Malan, está desperdiçando a maior chance de desenvolvimento que o Brasil viu passar pela janela nos últimos 50 anos. Assim sendo, que venha o "plano B", Murilo Portugal!

QUALQUER NOTA

Dois Ricardos
Duas encenações de Ricardo 3º devem pintar no mês de maio. A versão "rica" será apresentada no teatro Faap, com direção de Jô Soares, e Marco Ricca no papel do duque que vira rei. A que está sendo chamada de versão "pobre" será encenada no teatro Ágora, com direção de Roberto Lage, e Celso Frateschi no papel principal. É Shakespeare para ninguém botar defeito.

Cala-te, boca!
Sempre defendi Rubens Barrichello. Mas, diante das declarações do piloto após o GP da Malásia, lavo minhas mãos. Os dramas de Barrica viraram coisa para divã psicanalítico.

E-mail - barbara@uol.com.br
www.uol.com.br/barbaragancia/


Texto Anterior: Sete presos morrem em nova rebelião em SP
Próximo Texto: Qualidade das praias: Praias da Baixada Santista apresentam boas condições
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.