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BARBARA GANCIA
Sai, Palocci, sai já daí!
Volto da Itália achando
que vai faltar assunto e dou
de cara com as notícias da casa
alugada pelo pessoal de Ribeirão
Preto, do caseiro Francenildo e da
quebra de seu sigilo bancário.
Morrer de tédio no Brasil é que a
gente não vai, não é mesmo?
Assim como no escândalo anterior, em que a turma de Gushiken
mirou contra a turma de Zé Dirceu e acabou atingindo em cheio o
Roberto Jefferson, no escândalo
atual também é o fogo amigo o
responsável por trazer à tona a sânie do governo Lula.
O Palocci, com aquela carinha
de seminarista, que me perdoe,
mas não fomos nós, jornalistas,
que resolvemos escarafunchar a
vida particular do ministro. E, por
mais que funcionários da Caixa
Econômica leais a Palocci tentem
incriminar o caseiro, até prova em
contrário, não foi a oposição
quem saiu dizendo o que acontecia na tal casa do barulho.
O mui amigo Buratti resolveu
botar a boca no trombone? Pois isso nos confere o legítimo direito de
discutir a vida íntima do ministro
e de seus assessores em mesas de
bar. Ou será que saber que houve
briga por mulher não nos diz muito sobre o caráter dos envolvidos
no escândalo? Brigar por conta de
mulher, ainda mais quando ela
vem a ser uma profissional do sexo, é coisa de rapagote sem vivência, de gente muito da primária
ou de quem não tem nada a perder.
Palocci podia adiantar o expediente e, em vez de tentar se valer
de evasivas que acabam sempre se
provando inúteis, dar logo uma de
Bill Clinton, indo a público pedir
desculpas por ter se envolvido com
as pessoas erradas.
Mas para que ele vai fazer isso,
se nada dá em nada no Brasil do
petismo? Para que o ministro vai
admitir que pisou na jaca quando
até uma parcela considerável de
eleitores da oposição está sob a
impressão de que ele é o ministro
mais eficiente de Lula? Na minha
modestíssima opinião, do ponto
de vista dos petistas no governo,
eficiente mesmo é o ministro
Thomaz Bastos, mas isso já é outra questão.
Essa conversa mole de que os juros devem ser mantidos nas alturas para conter a inflação está
completamente ultrapassada em
um mundo em que os produtos
chineses tomam o espaço de quem
aumentar seus preços. Juros altos
são música apenas para os ouvidos de banqueiros.
Palocci, com sua tara de ser mais
realista do que o rei Pedro Malan,
está desperdiçando a maior chance de desenvolvimento que o Brasil viu passar pela janela nos últimos 50 anos. Assim sendo, que venha o "plano B", Murilo Portugal!
QUALQUER NOTA
Dois Ricardos
Duas encenações de Ricardo 3º
devem pintar no mês de maio.
A versão "rica" será apresentada no teatro Faap, com direção
de Jô Soares, e Marco Ricca no
papel do duque que vira rei. A
que está sendo chamada de versão "pobre" será encenada no
teatro Ágora, com direção de
Roberto Lage, e Celso Frateschi
no papel principal. É Shakespeare para ninguém botar defeito.
Cala-te, boca!
Sempre defendi Rubens Barrichello. Mas, diante das declarações do piloto após o GP da Malásia, lavo minhas mãos. Os
dramas de Barrica viraram coisa para divã psicanalítico.
E-mail - barbara@uol.com.br
www.uol.com.br/barbaragancia/
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