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SEGURANÇA
Juiz da Infância afirma que adolescentes ficam em cadeião por até 45 dias; não há unidade da Febem em Jundiaí
Cadeia abrigava 20 jovens durante rebelião
DA AGÊNCIA FOLHA, EM JUNDIAÍ
Ao menos 20 adolescentes estavam em uma cela da Cadeia Pública de Jundiaí durante a rebelião
que ocorreu ontem e que terminou com sete presos mortos. Nenhum dos jovens ficou ferido, de
acordo com a Polícia Civil.
O juiz da Vara da Infância e da
Juventude de Jundiaí, Jefferson
Torelli, admitiu ontem que não é
"normal" adolescentes ficarem na
cadeia. "O ideal seria que tivéssemos uma unidade da Febem em
Jundiaí ou na região. Eles ficam
provisoriamente em uma cela especial na cadeia até que surjam
vagas em unidades da Febem."
Ele e a Promotoria disseram que
ontem mesmo iriam procurar um
lugar para transferir os jovens.
Torelli negou que a permanência dos jovens na cadeia seja ilegal.
Ele diz que solicita uma vaga na
Febem para a transferência do
adolescente no ato da prisão. Caso a Febem não disponibilize uma
vaga em cinco dias, como estabelece o artigo 185 parágrafo 2º do
ECA (Estatuto da Criança e do
Adolescente), o prazo, diz, pode
ser ampliado para até 45 dias.
"Uma vez que o adolescente esteja preso em cadeia ou delegacia,
eu solicito uma vaga para a transferência dele em cinco dias, como
estabelece o ECA. Mas como a Febem nem sempre tem vagas nesse
período, esse prazo é prorrogado
até que apareça uma vaga."
Segundo ele, o prazo máximo
para a permanência do adolescente na cadeia é de 45 dias por
causa do artigo 108 do ECA, que
diz que a "internação, antes da
sentença, pode ser determinada
pelo prazo máximo de 45 dias".
Para o deputado estadual Renato Simões (PT), da Comissão de
Direitos Humanos da Assembléia
Legislativa, os adolescentes, mesmo ficando em uma cela separada, têm contato direto com os
adultos pela grade. "Essa cadeia
representa a falência do sistema
prisional do Estado."
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