DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA REPORTAGEM LOCAL

Os Estados com os maiores índices de abandono do ensino médio são Sergipe e Rio Grande do Norte (26,31% e 23,5%, respectivamente). Os menores índices estão em São Paulo (7,01%) e no Distrito Federal (9,86%).
O estudo do Inep não traz explicações para esse fato. Para a coordenadora de projetos da ONG Ação Educativa, Vera Masagão, o mercado de trabalho pode ser um fator. "Em São Paulo e no Distrito Federal, é difícil encontrar emprego sem o ensino médio. Assim, o aluno sabe que terá problemas se não terminá-lo. Já no Nordeste, não é tão difícil", afirma.
A questão do emprego também é citada pelas secretarias estaduais. "Muitos vão trabalhar em áreas braçais, que não mexem com a intelectualidade. O esgotamento físico faz com que desistam", diz a secretária-adjunta da Educação de Sergipe, Márcia Valéria Lira Santana.
No Rio Grande do Norte, o EJA (Educação de Jovens e Adultos) teve um crescimento de 126% no número de matrículas entre 2004 e 2005. Nessa modalidade, boa parte das aulas são à distância. "Isso mostra que o trabalho influencia. Com menos tempo na escola, o jovem se dedica ao emprego", diz o assessor-técnico de planejamento da secretaria de Educação do Rio Grande do Norte, Otávio Tavares.
Por outro lado, Distrito Federal e Rio Grande do Sul lideram em reprovação -19,82% e 17,81%.
Para a diretora do departamento de planejamento da secretaria de Educação do Estado gaúcho, Carmen Figueiró, uma das principais explicações é a falta de adaptação. "No ensino fundamental, boa parte dos alunos estudam em escolas pequenas, muitas rurais. As escolas no médio são maiores."
Já a secretária-adjunta da Educação no Distrito Federal, Ana Maria Villaboin, diz que contribui na reprovação o impacto da mudança do ensino fundamental para o médio, quando o aluno tem mais responsabilidades. Segundo ela, o trabalho da coordenação pedagógica ajuda nesse processo.


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