da Reportagem Local

Policiais e técnicos da Sabesp encontraram ontem o que aparenta ser um pedaço de pele na tubulação de água da Sabesp próxima ao reservatório do Jabaquara (região sudoeste), onde Thiago Prado Corrêa, 15, e Jackson Lopes da Silva, 25, teriam ido nadar no sábado e desapareceram.
Os corpos dos dois ainda não foram localizados. O fragmento de pele já foi enviado para perícia. Foram encontradas também marcas dentro da tubulação que se assemelham a dedos.
"São cinco marcas simétricas de cada lado, como se eles tivessem tentado se segurar, o que pode sugerir que estavam conscientes. Depois só havia marcas de que alguma coisa passou por lá", disse o gerente de comunicação da Sabesp, Marcio Riscala.
Para chegar no ponto das marcas, os corpos teriam passado por duas curvas de 90º. Até ontem foram abertos nas ruas dez buracos para vasculhar a tubulação. Como os tubos se estreitam, é vasculhada a parte que tem até 300 mm de diâmetro (3.500 m).
Segundo Riscala, os técnicos acreditam que os dois estavam nadando quando as bombas que "puxam" a água foram acionadas automaticamente. Isso ocorre quando a bóia do reservatório indica que a água baixou devido ao consumo. Eles teriam então sido sugados.
Nas paredes do reservatórios, foram encontrados os escritos "Thiago e Jackson estiveram aqui". Segundo a Sabesp, para chegar lá, Thiago e Jackson arrombaram o cadeado de um alçapão e removeram outro, de concreto, que pesa 40 kg.
Já os familiares dizem que não há segurança na área. "Às vezes tem 30 garotos aí dentro. Não é trancado. O Thiago já tinha ido uma vez e disse que era perigoso", disse sua tia Luciana Prado.
Cerca de 100 mil pessoas da região estão sem água, que só voltará quando os corpos forem encontrados e a rede, desinfetada.



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