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BLECAUTE
Bauru só teve fiscalização à distância
Estação em SP não passou por vistoria
FERNANDO GODINHO
da Sucursal de Brasília
Até ser atingida por um raio e
provocar um blecaute em dez Estados e no Distrito Federal, no último dia 11, a subestação da Companhia Energética de São Paulo, em
Bauru, só havia sido fiscalizada pela Aneel (Agência Nacional de
Energia Elétrica) à distância.
A informação foi dada ontem pela própria Aneel, após o secretário
de Energia de São Paulo, Mauro
Arce, ter declarado que a subestação não recebera visitas da agência
antes da ocorrência do blecaute.
"Seguramente, eles (os técnicos
da Aneel) nunca foram lá", disse
Arce pela manhã, antes de se reunir com o ministro Rodolpho Tourinho (Minas e Energia).
À tarde, o diretor-geral da Aneel,
José Mário Abdo, reconheceu que
a fiscalização na subestação de
Bauru feita no ano passado se restringiu ao acompanhamento de relatórios mensais preparados pela
própria Cesp e pelo GCOI (Grupo
Coordenador de Operações Interligadas), da Eletrobrás -que na
época era responsável pela gestão
do sistema elétrico do país.
Ele explicou que os relatórios
preparados pela Cesp eram checados pelo GCOI antes de serem enviados para a Aneel. Mesmo assim,
admitiu, a agência não pode ficar
"dependente das informações dos
interessados".
Causas do blecaute
O relatório final da Aneel sobre o
blecaute ainda não foi concluído.
Mas, na tarde de ontem, o diretor
da agência Eduardo Henrique
Ellery arriscou uma opinião: houve "falha de coordenação no sistema de proteção".
Ou seja: os operadores da subestação não teriam conseguido isolar
com eficiência os efeitos provocados pelo raio que caiu sobre as instalações da Cesp naquela noite.
Isso fez com que o desligamento
automático da subestação provocasse uma reação em cadeia no sistema elétrico interligado das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste e
apagasse a usina hidrelétrica de
Itaipu, cortando o fornecimento
de energia em dez Estados e no DF.
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