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PLANTÃO MÉDICO
Os perigos da gripe e o risco de epidemias
JULIO ABRAMCZYK
COLUNISTA DA FOLHA
Começa amanhã a Campanha
Nacional de Vacinação do Idoso,
que acontece até o dia 6 de maio,
das 8h às 17h, nos 5.300 postos fixos e volantes da Secretaria da
Saúde do Estado de São Paulo.
A vacinação é importante porque tem a finalidade de prevenir a
gripe provocada pelo vírus que
circula em nosso meio e que nos
idosos se transforma na porta de
entrada para o desenvolvimento
de graves afecções pulmonares.
Em nosso meio não circula o vírus H5N1, o vírus da gripe aviária
que ocorre na Ásia. Na semana
passada, foi a causa da morte de
uma jovem cambojana.
O episódio serviu, como em casos anteriores, para estabelecer
que o H5N1 tem potencial para
criar uma pandemia (disseminação mundial da doença) igual às
que já ocorreram anteriormente,
porém com outros tipos de vírus
de gripe.
A partir de dezembro de 2003, a
gripe aviária provocou a morte de
52 pessoas: 38 no Vietnã, 12 na
Tailândia e duas no Camboja.
As pandemias anteriores (gripe
espanhola, 1918/19; gripe asiática,
1957/58; e gripe de Hong Kong,
1968/69) atingiram elevado índice
de pessoas e provocaram muitas
mortes. As pandemias de 1957/58
e de 1968/69 foram provocadas
por vírus que continham uma
combinação de genes de vírus da
gripe humana e da gripe aviária,
segundo o Centro para Controle e
Prevenção de Doenças, dos EUA.
Até há pouco não existia uma
vacina para proteger as pessoas
contra o vírus H5N1, que tem afetado seres humanos e também
causado mortes.
No final de março, uma vacina
já estava pronta, e o Instituto Nacional de Doenças Infecciosas dos
EUA deu início aos primeiros testes de segurança da vacina em 450
adultos sadios.
O estudo está sendo realizado
com uma vacina inativada, fabricada pela Sanofi Pasteur a partir
de vírus H5N1 isolados no sudeste
da Ásia, em 2004.
Apesar de serem relativamente
poucos os casos de gripe pelo vírus H5N1 observados em humanos, esse vírus poderá desenvolver grande capacidade de ser
transmitido de pessoa a pessoa,
criando o risco de pandemia, segundo o médico Anthony S. Fauci, diretor do Instituto Nacional
de Doenças Infecciosas.
Daí a importância do preparo,
desenvolvimento e estocagem
desta nova vacina antes que comece a pandemia, se realmente
ela surgir no planeta.
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