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Avô e tia de Isabella são hostilizados ao depor
Ao chegarem ao DP, Antonio e Cristiane Nardoni foram insultados, com gritos de "assassinos", por cerca de 50 pessoas
Foram dados 4 depoimentos à polícia ontem, incluindo os de 2 moradores, que devem ser os últimos da apuração sobre a morte da menina
LUIS KAWAGUTI
ANDRÉ CARAMANTE
DA REPORTAGEM LOCAL
A Polícia Civil de São Paulo
ouviu ontem os depoimentos
do advogado Antonio Nardoni
e de Cristiane Nardoni, 20, pai
e irmã do estagiário de direito
Alexandre Alves Nardoni, pai
da menina Isabella.
Policiais do 9º DP (Carandiru), que pediram anonimato,
afirmaram que eles negaram
ter limpado o apartamento
após a morte da menina (a polícia só conseguiu identificar
manchas de sangue por meio
de equipamento especial porque elas haviam sido lavadas do
local) e não trouxeram surpresas em seus depoimentos.
Cristiane, segundo os policiais, confirmou ter recebido
um telefonema de seu pai
quando estava em um bar logo
após a morte de Isabella, mas
negou ter dito uma frase que
incriminasse seu irmão.
Antonio e Cristiane chegaram ao 9º DP às 16h30, no carro
dele, com um segurança particular. Começaram a depor por
volta das 17h.
Do lado de fora da delegacia,
cerca de 50 pessoas insultavam
e gritavam "assassinos" para os
parentes da menina. Duas outras testemunhas, vizinhas do
casal, já haviam sido ouvidas.
Policiais e jornalistas acabaram se envolvendo em um tumulto na porta dos fundos da
delegacia, que foi isolada.
Cristiane foi a primeira a ser
ouvida. Os advogados Rogério
Neres de Souza e Ricardo Martins, que defendem o casal Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, acompanharam os
depoimentos.
Antonio Nardoni começou a
prestar depoimento às 19h30.
Os dois deixaram a delegacia
por volta das 21h15. Na saída, o
aposentado João Mendes da
Silva, 65, tentou atirar uma pedra em direção às testemunhas
e quase atingiu o carro dos advogados. Ele foi detido para
averiguação e solto em seguida.
Outros curiosos deram tapas
no carro de Antonio.
Além desses quatro depoimentos de ontem, outros dois
ocorreram na noite de terça, no
20º DP (Água Fria).
Uma dessas testemunhas,
uma mulher que mora no edifício London, declarou que viu
Antonio entrar no apartamento do filho, no domingo, e permanecer no local por pelo menos uma hora, antes da chegada
dos peritos, segundo um policial. A polícia não confirmou
esses depoimentos.
A polícia ainda não sabe o
que o avô de Isabella fez no
apartamento nesse período.
Em seu depoimento, ele negou
ter estado no apartamento por
uma hora.
A polícia já constatou, com o
uso do reagente químico luminol, que alguém tentou limpar
as manchas que estavam na sala de televisão. Porém, ainda
não é possível saber quando a
limpeza ocorreu e se ela foi feita para atrapalhar o trabalho
dos investigadores.
O apartamento de onde Isabella foi jogada demorou três
dias para ser interditado pela
polícia. A reconstituição do crime ocorrerá às 10h de domingo.
Policiais afirmaram também
que um pedido de prisão preventiva para Alexandre Nardoni e Anna Jatobá deve ser feito
à Justiça quando o inquérito
for finalizado, possivelmente
no início da próxima semana.
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