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Google entrega dados de 3.261 álbuns do Orkut à CPI
A empresa deverá informar nome e endereço de usuários suspeitos de pedofilia
Do material entregue à CPI pela Google, estima-se que haja cerca de 200 suspeitos pela divulgação de imagens de sexo com crianças
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
De posse de imagens, textos e
do registro de computadores
(IPs) que postaram imagens de
crianças em cenas de sexo no
Orkut, a CPI da Pedofilia parte
agora para a quebra do sigilo
dos provedores de acesso.
Eles serão obrigados a informar nome e endereço de usuários suspeitos de divulgar fotos
e vídeos de teor pedófilo.
Ontem, a Google, empresa
mantenedora do Orkut no Brasil, entregou aos senadores da
comissão informações contidas
nos 3.261 álbuns de fotos privados, alvos de investigação pelo
Ministério Público e pela Polícia Federal.
A empresa foi obrigada a repassar os dados à CPI por meio
de requerimento aprovado há
duas semanas.
"Do material entregue à CPI,
estimamos que haja 200 usuários suspeitos da divulgação de
imagens de pedofilia. A comissão fará triagem para detectar
quais álbuns realmente são
mantidos por essas pessoas, para obter a quebra do sigilo de
nome e endereço por meio dos
provedores de acesso, na maioria empresas de telecomunicação", afirmou Thiago Tavares,
diretor da ONG SaferNet.
O delegado da PF Felipe Seixas, que acompanha a CPI,
aponta possíveis problemas na
obtenção de informações dos
provedores. "Muitos provedores não detêm as informações
dos usuários, já que não há legislação específica sobre o assunto. Outros guardam as informações por pouco tempo."
Provedores que não guardam
dados cadastrais dos usuários
poderão ser chamados à CPI
para se explicarem.
Após o recebimento da lista,
a PF visitará os locais apontados na investigação e abrirá inquérito contra os suspeitos.
Segundo o diretor de comunicação do Orkut no Brasil, Felix Ximenes, os usuários sob investigação não sabem que tiveram seu sigilo quebrado.
Ele afirmou também que é
uma "percepção errada" a de
que a Google nunca colaborou
com investigações. "A gente
tem sempre uma balança sensível entre a preservação da privacidade e a segurança na internet", disse Ximenes.
(JOHANNA NUBLAT E SIMONE IGLESIAS)
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