São Paulo, quinta-feira, 24 de abril de 2008

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Google entrega dados de 3.261 álbuns do Orkut à CPI

A empresa deverá informar nome e endereço de usuários suspeitos de pedofilia

Do material entregue à CPI pela Google, estima-se que haja cerca de 200 suspeitos pela divulgação de imagens de sexo com crianças

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

De posse de imagens, textos e do registro de computadores (IPs) que postaram imagens de crianças em cenas de sexo no Orkut, a CPI da Pedofilia parte agora para a quebra do sigilo dos provedores de acesso.
Eles serão obrigados a informar nome e endereço de usuários suspeitos de divulgar fotos e vídeos de teor pedófilo.
Ontem, a Google, empresa mantenedora do Orkut no Brasil, entregou aos senadores da comissão informações contidas nos 3.261 álbuns de fotos privados, alvos de investigação pelo Ministério Público e pela Polícia Federal.
A empresa foi obrigada a repassar os dados à CPI por meio de requerimento aprovado há duas semanas.
"Do material entregue à CPI, estimamos que haja 200 usuários suspeitos da divulgação de imagens de pedofilia. A comissão fará triagem para detectar quais álbuns realmente são mantidos por essas pessoas, para obter a quebra do sigilo de nome e endereço por meio dos provedores de acesso, na maioria empresas de telecomunicação", afirmou Thiago Tavares, diretor da ONG SaferNet.
O delegado da PF Felipe Seixas, que acompanha a CPI, aponta possíveis problemas na obtenção de informações dos provedores. "Muitos provedores não detêm as informações dos usuários, já que não há legislação específica sobre o assunto. Outros guardam as informações por pouco tempo."
Provedores que não guardam dados cadastrais dos usuários poderão ser chamados à CPI para se explicarem.
Após o recebimento da lista, a PF visitará os locais apontados na investigação e abrirá inquérito contra os suspeitos.
Segundo o diretor de comunicação do Orkut no Brasil, Felix Ximenes, os usuários sob investigação não sabem que tiveram seu sigilo quebrado.
Ele afirmou também que é uma "percepção errada" a de que a Google nunca colaborou com investigações. "A gente tem sempre uma balança sensível entre a preservação da privacidade e a segurança na internet", disse Ximenes. (JOHANNA NUBLAT E SIMONE IGLESIAS)

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