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Dez de 39 alunos que têm carros de luxo perderam bolsa do ProUni, afirma MEC
LARISSA GUIMARÃES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O MEC (Ministério da Educação) informou ontem que
dez dos 39 bolsistas do ProUni
(Programa Universidade para
Todos) que possuem carros de
luxo já foram desligados do
programa.
A suspensão da bolsa, segundo o MEC, foi anterior ao relatório do TCU (Tribunal de
Contas da União) que apontou
irregularidades no ProUni,
mostradas em reportagem publicada ontem pela Folha.
O ministro da Educação,
Fernando Haddad, disse que as
instituições de ensino estão
sendo notificadas para que os
alunos apontados no relatório
tenham o direito de responder.
"O estudante tem que comprovar que aquela mudança de
condição social ocorreu depois
do seu ingresso e ao longo de
seu curso, o que é justificável",
disse Haddad.
"Informações de ingresso
têm de ser comprovadas, ou seja, não pode haver uma grande
discrepância entre a condição
atual e a condição [na época] do
ingresso", completou.
Segundo Haddad, o ministério vai avaliar caso a caso.
Quando for apurada fraude, o
Ministério Público será informado para que abra um processo para cobrar do estudante
o valor que foi dado indevidamente na forma de bolsa.
Fiscalização
O ministro informou que enviou à Receita Federal um projeto de convênio para aumentar a fiscalização no programa.
Pelo convênio, a própria Receita poderá, a partir de um cruzamento de informações, ajudar
as universidades a fiscalizar
os estudantes.
Por lei, cabe às faculdades
investigar a veracidade das
informações apresentadas pelos alunos.
O ministro afirmou ontem
que interessa às próprias instituições de ensino apurar possíveis fraudes.
As instituições, no entanto,
alegam dificuldade para conferir os dados porque, assim como o Ministério da Educação,
não têm acesso a dados sigilosos da Receita.
"Não duvido que apareçam
donos de carros de luxo entre
os bolsistas. Temos feito a conferência por amostragem e acabamos tendo que acreditar no
que eles [os alunos] escrevem",
afirmou o presidente do Semesp (Sindicato das Mantenedoras dos Estabelecimentos de
Ensino de São Paulo), Hermes
Figueiredo.
Durante a entrevista, Haddad afirmou que o relatório poderá até provocar mudanças
nos moldes do programa.
"Umas das propostas é resgatar o projeto original do governo. Pelo projeto original do governo, havia mais bolsas em
contrapartida das isenções fiscais", afirmou Haddad.
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