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Advogado achado morto com filho deixou carta, diz polícia
Para investigadores, texto sem assinatura é um indício de crime premeditado
Corpos de advogado, que também era professor da USP, e de seu filho foram achados no quarto anteontem pela faxineira
DO "AGORA"
Uma carta escrita no computador e sem assinatura, com relatos de empecilhos para conviver com o filho, é o principal indício da polícia para sustentar a
hipótese de que o advogado Renato Ventura Ribeiro, 39, tenha
planejado matar o filho, Luis
Renato Menina Ventura Ribeiro, 5, e depois se suicidar.
Os corpos de pai e filho foram
encontrados anteontem sobre
uma cama no apartamento de
Ribeiro, na zona sul de São Paulo. O menino tinha um tiro na
nuca. Ribeiro, que era professor da USP, estava baleado na
cabeça. O advogado segurava
uma pistola Glock.
Supostamente escrita por Ribeiro, a carta foi achada em
uma pasta no quarto onde estavam os corpos. Ela diz que "a
decisão foi fruto de cuidadosa
reflexão e ponderação".
O texto relata ainda que o garoto "não era e nem seria feliz"
vivendo longe do pai por vontade da mãe, que teria também
proibido o garoto de viajar com
Ribeiro para a Disney.
"Não coloquei meu filho no
mundo para ficar longe dele e
para que ele sofresse. Se errei, é
hora de corrigir o erro, abreviando-lhe o sofrimento. Infelizmente, de todas as alternativas, foi a que me restou. É a menos pior", diz a carta.
Além do texto, a polícia descobriu que Ribeiro comprou a
pistola Glock 380 mm em fevereiro, depois da decisão da Justiça de manter o filho com a
mãe, a advogada Fabiane Húngaro Menina, 37.
No mesmo mês, ele fez um
curso para aprender a atirar e
registrou a arma no Exército. A
polícia achou no quarto, ainda,
um recorte de jornal com uma
reportagem sobre suicídio.
Ribeiro e Fabiane, que haviam namorado por seis meses
e se separaram quando o filho
nasceu, travavam uma disputa
judicial pela guarda da criança.
Na última sexta-feira, o garoto havia sido deixado pela mãe
no prédio do pai, com quem
passaria o final de semana.
Ribeiro deveria devolver a
criança no domingo, a tempo
de participar da festa de aniversário da mãe. Na segunda-feira,
sem notícias do filho, Fabiane
procurou a polícia. Anteontem,
a faxineira do advogado encontrou os corpos de pai e filho no
quarto do apartamento.
Ainda não há certeza de
quando ocorreu o crime. Inicialmente, a polícia disse acreditar que as mortes ocorreram
na própria sexta-feira.
Ontem, estava sendo investigada a possibilidade de pai e filho terem saído do prédio no
sábado à noite.
Cerca de cem pessoas, entre
familiares e amigos da mãe do
menino, compareceram ao enterro do garoto ontem, no Cemitério Parque dos Girassóis,
na zona sul. O enterro ocorreu
pouco antes das 14h.
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