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Destino de menino divide cariocas
Datafolha ouviu moradores do Rio sobre o caso do garoto cuja guarda é disputada por americano e brasileiro
48% dizem que criança de 8 anos deve ficar com o padrasto no Brasil e 41%, que ele deveria ir morar com o pai nos Estados Unidos
DA SUCURSAL DO RIO
O desfecho mais justo para o
caso do menino brasileiro de
oito anos que tem sua guarda
disputada pelo pai americano e
o padrasto brasileiro divide a
opinião dos cariocas. A maior
parte, 48%, considera que ele
deveria permanecer no Brasil,
mas 41% afirmaram ao Datafolha que ele deveria ficar com o
pai, nos Estados Unidos.
A margem de erro do levantamento é de quatro pontos
percentuais para mais ou para
menos. Foram entrevistadas
644 pessoas em 8 e 9 de abril.
A maior divisão acontece entre homens e mulheres. No caso de cariocas do sexo masculino, o julgamento da opinião pública é majoritariamente favorável ao pai americano, com
52% defendendo seu direito de
ficar com o menino, ante 32%
que consideram que ele deveria
permanecer com o padrasto e
os avós maternos no Brasil.
A situação se inverte quando
se analisa a opinião feminina.
Para 56% delas, a decisão da
Justiça deveria ser favorável à
família brasileira, enquanto
37% se mostraram mais inclinadas em favor do pai, que vive
nos Estados Unidos.
Opinaram apenas aqueles
que disseram ter tomado conhecimento sobre o assunto
-64% dos entrevistados. O nível de informação sobre o caso
é maior entre mulheres: 67%
estavam inteiradas sobre o caso. Entre os homens, 61% ficaram sabendo da disputa.
O nível de informação também é maior entre os que têm
nível superior (79%) e entre os
de renda familiar maior que
dez salários mínimos (87%).
Repercussão
A repercussão em torno do
caso fez com que ele fosse tratado em conversas entre a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, e o chanceler brasileiro Celso Amorim.
O pai do garoto, o americano
David Goldman, intensificou a
disputa judicial para retomar a
guarda do filho quando a mãe
do menino, Bruna Bianchi,
morreu no parto da filha dela,
em agosto do ano passado.
Segundo Goldman, Bruna fez
uma viagem de férias em 2004
para o Brasil e decidiu não mais
voltar com o filho, nascido nos
Estados Unidos, o que desrespeitaria, na interpretação de
Goldman, a Convenção de
Haia, acordo internacional relativo à proteção de crianças.
Os advogados do padrasto, o
também advogado João Paulo
Lins e Silva, alegam que não
houve sequestro do menino
porque ele é cidadão brasileiro
e viajou em companhia de sua
mãe para seu próprio país.
Eles afirmam também que o
garoto está adaptado à família
brasileira e que o melhor seria
sua permanência no país.
A Justiça americana se posicionou favoravelmente ao pai
da criança, em sentença dada
em 2004. A Justiça brasileira
ainda não tomou uma decisão
final. O processo corre em segredo de justiça.
Anteontem, o ministro Paulo
Vannuchi (Direitos Humanos)
defendeu a permanência no
Brasil do menino no Brasil.
"Minha opinião é que a criança
fique no Brasil com amplo direito de visitação do pai biológico", afirmou Vannuchi.
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