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Justiça manda ex-jogadora de vôlei devolver filho aos EUA
Corte dos Estados Unidos decidirá de quem é a guarda da criança, filha de Hilma com americano
Justiça deu dez dias para a criança ser devolvida; mas, como se trata de sentença de primeira instância, defesa de ex-atleta recorreu
JOHANNA NUBLAT
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em mais um caso de disputa
internacional pela guarda de
uma criança, a Justiça Federal
em Minas Gerais determinou
que o filho da ex-jogadora de
vôlei Hilma Caldeira, 38, medalhista olímpica em 1996, seja levado para os EUA, onde nasceu.
A Justiça americana determinará de quem é guarda da
criança, hoje com quatro anos.
A decisão, publicada no dia
20, dá dez dias para que a criança seja entregue às autoridades
brasileiras. Ainda se trata de
uma sentença de primeira instância, e a defesa da ex-jogadora afirma que já recorreu para
tentar suspender a decisão.
A Advocacia-Geral da União,
que defende a volta da criança
para os EUA, espera a "localização da sra. Hilma para cumprimento do mandado de busca e
apreensão referente à criança".
Hilma foi casada entre 2004
e 2006 com o americano Kelvin
Birotte, com quem teve o garoto. Os dois se conheceram
quando ele era chef na cozinha
de um hotel em Las Vegas. Em
2006, mãe e filho viajaram ao
Brasil para passar três meses,
segundo afirmou à Folha o pai
da criança, que acompanha o
desenrolar do caso no Rio. "Ela
me ligou e disse que não voltaria", afirma Birotte.
Gilberto Guimarães, advogado da ex-jogadora, diz que, em
outro processo ela havia conquistado a guarda da criança.
A situação envolve mais uma
vez a Convenção de Haia, da
qual o Brasil é signatário, que
regula o sequestro internacional de crianças. Pela decisão da
Justiça, a mãe deve acompanhar a criança até os EUA.
Para o advogado da medalhista, o fato de a criança já estar adaptada ao Brasil deve ser
levada em conta, conforme
prevê a convenção.
"Ele tem mãe, vai à escola,
tem bicicleta, afetividade da vizinhança. É indiscutível que ele
está adaptado", diz Guimarães.
O advogado Ricardo Zamariola Junior, que defendeu o
americano David Goldman em
outra disputa, pelo menino
Sean, enfrentou argumentos
semelhantes antes de vencer o
caso. Ele se defendeu dizendo
que, segundo a convenção, a
adaptação no novo país de residência só deve ser avaliada pelo
juiz se o genitor que pede a volta do filho tiver demorado mais
de um ano para pedir a guarda.
Paradeiro
Hilma deixou sua casa em
Belo Horizonte há cerca de
uma semana com a criança, segundo vizinhos. Um amigo, que
não quis se identificar, disse
que falou com a ex-jogadora
ontem, por telefone, e que ela
está muito nervosa.
Hildson, irmão da ex-atleta,
que mora em Diamantina
(MG), confirmou a viagem, mas
disse não saber onde ela está.
O ex-jogador de vôlei Pelé,
também amigo, diz que conversou com ela há dois dias. Segundo ele, Hilma não revelou onde
estava, "com medo de que alguém levasse o menino".
Colaboraram a Sucursal do Rio, a Agência Folha
e JAMES CIMINO , da Reportagem Local
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