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SAÚDE
Juquery enfrenta falta de estrutura e de funcionários
DO "AGORA"
Um gigante centenário em
meio a uma reserva ecológica estadual em Franco da Rocha
(Grande São Paulo) abriga 1.060
pessoas com problemas psiquiátricos recebendo tratamento de
saúde inadequado. Essa é a imagem registrada durante uma visita ao Complexo Hospitalar do Juquery, manicômio criado no final
do século 19 para abrigar pessoas
com transtornos psiquiátricos.
Trata-se de um dos principais
alvos dos grupos de luta antimanicomial devido às condições a
que os internos são submetidos.
No hospital, durante a visita da
reportagem, cães passeavam entre os doentes, aparelhos de raio-X estavam quebrados, pacientes
ficavam nos corredores e até um
quarto, antes um berçário, recebe
um doente de diabetes.
A estrutura dos prédios apresenta rachaduras, e o teto não
possui forro, apenas telhado, e há
mofo e infiltrações. O chão é de
piso frio, e há muitas camas enferrujadas. Cadeiras de rodas são
amarradas com ataduras.
Na maioria das seis colônias
com pessoas muito debilitadas,
existe apenas uma dupla de auxiliares de enfermagem, responsável por todos os cuidados com os
internados (higiene, banho, troca
de lençóis, alimentação e medicação dos pacientes).
A reportagem flagrou um paciente engatinhando, sujo e apenas com a parte de cima da roupa,
sem que ninguém o atendesse.
Um cão sujo e cheirando mal é o
companheiro de uma outra interna em sua própria cama.
Latões de comida estão semi-tampados e são colocados próximo ao corredor por onde passam
roupas sujas.
Maria Tereza Gianerini Freire,
diretora do local desde 1995, reconheceu algumas das deficiências,
mas afirmou que a situação já melhorou muito. Ela reconheceu a
presença de mofo e disse que alguns telhados já foram trocados.
Freire afirmou que realmente
há equipamentos velhos, enferrujados e quebrados. Sobre os cães
passeando pelo complexo, a diretora diz que planeja a construção
de um canil, mas afirma desconhecer o fato de uma interna ter
dormido ao lado de um cão. Ela
disse que é possível que haja pacientes sem roupa durante o dia.
"Eles tiram a roupa, a gente põe
de volta, eles tiram de novo."
Freire também negou que os latões de comida sejam transportados destampados nas camionetes.
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