São Paulo, quinta-feira, 24 de maio de 2007

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"Veio à lembrança a história do vôo 1907", diz cantor que estava entre passageiros

DA REPORTAGEM LOCAL

Um "estrondo enorme", seguido de explosão, fez o cantor Leandro Lehart, 35, ex-integrante do grupo Art Popular, ficar apreensivo e temer pelo pior. Ele era passageiro do vôo 7486 da Gol. A seguir, o depoimento dele à Folha.

 

O avião estava lotado, lotado, não cabia mais ninguém. Esperamos uns 15 minutos até a partida, e cinco minutos depois, ouço um estrondo enorme. Parecia que algo havia batido no avião. Segundos depois, outra explosão, uma chama grande no lado esquerdo, na turbina. Estava do lado direito, na poltrona 17, próximo da asa.
Foi quando surgiu o pânico. E aí passou um filme pela minha cabeça. Veio à lembrança a história do vôo 1907 porque foi exatamente o mesmo modelo de avião e a mesma companhia.
As pessoas ficaram em silêncio, outras riram, alguns começaram a chorar. Depois de cinco minutos, o comandante, nervoso, dizia que houve descompressão na turbina, mas que ele tentava resolver.
Dez minutos depois, ele diz que conseguiu controlar o problema e que voaríamos sobre o mar de Santos para queimar combustível e voltar ao aeroporto de Cumbica.
Não tive medo de morrer, mas rezei, pensei na família, nos amigos, no trabalho da minha carreira. Ainda quero viajar muito de avião.
Na saída, vejo pessoas da enfermaria do aeroporto correndo para atender os passageiros, que vomitavam. Outros choravam muito. Voltei para casa, dormi e acordei dez horas depois, à base de calmantes.


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