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Turbina de avião da Gol pega fogo logo após a decolagem
Boeing com 150 passageiros seguia para Montevidéu e teve que voltar ao aeroporto de Guarulhos (Grande São Paulo)
Em nota, empresa atribui incidente a um pássaro que entrou em turbina, mas afirma que o pouso em Cumbica foi normal
DA REPORTAGEM LOCAL
Um vôo da Gol que ia de São
Paulo para Montevidéu (Uruguai), com escala em Porto Alegre (RS), teve pane na turbina
esquerda, seguida de incêndio.
O problema, no vôo 7486, foi
por volta de 23h50, cinco minutos depois de a aeronave decolar com 150 passageiros.
Segundo relatos, houve pânico a bordo. O comandante informou ter havido uma "descompressão no motor", afirmam passageiros. O avião sobrevoou por cerca de 30 minutos o litoral de Santos (SP) antes de voltar a Cumbica.
Em nota, a Gol atribuiu o incidente a um pássaro que entrou em uma das turbinas.
"Não houve interrupção do
funcionamento da turbina, e o
pouso em Guarulhos foi feito
em condições normais."
À Folha, a Gol não quis dar
mais detalhes e sequer disse o
modelo da aeronave, um
Boeing-737/800 igual ao que
caiu na Amazônia em 29 de setembro e deixou 154 mortos.
A explicação técnica de engenheiros de vôo ouvidos pela reportagem: no jargão da engenharia aeronáutica, houve um
"stoll de compressor". Com o
motor em alta potência, ou
com pouco menos força e em
turbulência a grande altitude,
pode haver entradas diferentes
de ar nas turbinas.
Nesse caso, a quantidade de
ar que entra não é maior do que
a quantidade de ar que sai. E
quando a massa de ar passa, há
um estouro, que gera muita
pressão na câmara, explicam
engenheiros, que dizem ainda
ter 99% de certeza de ter sido
esse o motivo do incidente.
A Gol disse que não comentaria a versão dos especialistas
em segurança de vôo da Anac
(Agência Nacional de Aviação
Civil) e que sustenta a versão
de colisão com ave.
Segundo passageiros, houve
um barulho seqüencial semelhante ao estouro de canhão.
"Foi quando surgiu o pânico
das pessoas em relação ao que
poderia ter acontecido. Estava
do lado direito, na poltrona 17,
bem próximo da asa", diz Leandro Lehart, 35, ex-vocalista do
grupo de pagode Art Popular.
Como havia acabado de decolar, o Boeing-737/800 da Gol
estava acima do peso permitido para pouso. O comandante
teve então de voar em círculos
para queimar combustível. Foi
ao litoral para não atrapalhar o
tráfego aéreo de Cumbica.
O empresário artístico Cícero Carpentieri diz que um dos
passageiros do avião foi até a
Anac para registrar uma queixa
e o servidor que o atendeu informou que dezenas de pessoas
tinham ligado avisando que viram uma explosão no ar. "Foi
horrível, o avião deu um tranco
forte e subiu um fogaréu do tamanho da aeronave."
Colaborou MARTHA ALVES, da Agência Folha
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