|
Próximo Texto | Índice
Kassab amplia veto a moto e a estacionamento de rua
Carros serão proibidos de estacionar em boa parte das ruas do centro expandido
Projeto prevê até 2012 criação de 32 mil vagas em garagens pagas e proibição de motos na Radial e
marginais
EVANDRO SPINELLI
DE SÃO PAULO
Motos, caminhões e carros. Nenhum motorista vai ficar livre das restrições que a
gestão Gilberto Kassab
(DEM) quer impor ao trânsito
de São Paulo até 2012.
O projeto mais ambicioso,
anunciado à Folha pelo secretário Alexandre de Moraes
(Transportes), é o de proibir o
estacionamento nas ruas do
centro expandido (áreas como Mooca, as marginais e a
av. dos Bandeirantes), exceto
em vias de menor fluxo.
Também haverá proibições em pelo menos um dos
lados das principais vias de
outras regiões. Em troca, serão criadas 32 mil vagas de
estacionamento pagos em
prédios administrados pela
iniciativa privada. As ruas terão mais espaço para carros.
"A ideia é instalar pequenas garagens em 400 locais.
Quando tiver isso, nós vamos
retirar a Zona Azul que hoje
está na rua", diz Moraes. Segundo ele, as garagens atenderão a um raio de 400 metros a 500 metros ao redor.
Até junho, a prefeitura vai
contratar o projeto para, até o
início de 2011, assinar o contrato para a construção das
garagens. A partir daí, serão
18 a 20 meses de obras.
Já há restrições em vários
bairros. Em Moema, comerciantes dizem que perderam
clientes -estacionar nas
ruas foi proibido mesmo sem
a construção das garagens.
Moraes diz que as medidas
vão continuar, independentemente das novas garagens.
Essa é apenas uma das restrições. A ideia é também
proibir as motos de circular
na av. 23 de Maio, na Radial
Leste e nas marginais Tietê e
Pinheiros. Como alternativa,
haverá faixas exclusivas para motos em vias paralelas.
E em julho será proibido o
tráfego de caminhões na av.
dos Bandeirantes, ao menos
no pico da manhã -a prefeitura estuda se ampliará o veto. Outra novidade de julho
será a restrição aos caminhões com cargas perigosas.
Desde o início de seu mandato, a gestão Kassab tenta
impor medidas mais restritivas para o trânsito da cidade.
Em alguns casos, o prefeito recuou. Foi o caso do
anúncio de faixa para motos
na 23 de Maio, do fim do rodízio no mês de julho e da proibição de ônibus fretados na
av. Luiz Carlos Berrini.
ORGANIZAÇÃO
Moraes nega que a política
do governo seja de restrições.
Ele prefere chamar de "organização da cidade".
É a mesma opinião de José
Bento Ferreira, professor da
área de transportes da Unesp
de Guaratinguetá.
"Restrições nunca são desejáveis, mas neste caso podemos chamar de ordenação
do trânsito", disse Ferreira.
Próximo Texto: Moacyr Scliar: A emoção congelada Índice
|