São Paulo, terça-feira, 24 de maio de 2011

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Barco estava superlotado, diz Marinha

Embarcação naufragou domingo no lago Paranoá, em Brasília, com 103 pessoas, mas capacidade era de 92

Número de mortos sobe para 4; polícia diz que o excesso de pessoas pode ter influído no acidente, mas há outras hipóteses


NÁDIA GUERLENDA CABRAL
DE BRASÍLIA

A embarcação que naufragou no lago Paranoá, em Brasília, levava mais pessoas que a capacidade permitida, segundo a Marinha.
Ontem, subiu para quatro o número de mortos no acidente -pelo menos seis pessoas estão desaparecidas.
O barco era autorizado a levar 90 passageiros e dois tripulantes. Segundo cálculos da Marinha e do Corpo de Bombeiros, pelo menos 103 pessoas estavam no "Imagination" para uma festa.
Logo após o acidente, no domingo, 93 pessoas foram resgatadas com vida, e um bebê de sete meses morreu.
Ontem, foram resgatados ainda os corpos de Flávia Daniela Dornel, 22, irmã da organizadora da festa, além de um homem e de uma criança, que não tiveram as identidades reveladas até o fechamento desta edição.
O comandante Rogério Leite, delegado fluvial de Brasília, afirmou que o excesso de pessoas pode ter influenciado no acidente.
Mergulhadores identificaram rachaduras em um dos tubulões (canos cheios de ar que servem para a flutuação do barco), mas, segundo Leite, o comandante do barco poderia nem saber da existência da rachadura, já que ela fica submersa.
Sobreviventes afirmaram ter visto uma lancha colidindo com a embarcação e fazendo ondas. Outros disseram ter presenciado uma explosão, mas, segundo Leite, apenas após a conclusão do inquérito, em até 90 dias, será possível determinar a causa.
A Marinha descartou falha na fiscalização. No momento do acidente, por volta das 21h, quatro homens eram responsáveis pela fiscalização do lago. Leite afirmou que o número era suficiente.
Ele não descartou responsabilização de quem autorizou que mais pessoas do que o permitido subissem no barco. A festa era confraternização da dona do AV Buffet.

FESTA
Segundo o delegado Adval Cardoso de Matos, sobreviventes disseram que, após pegar os convidados no Ícone Parque, a embarcação parou em outros portos e pegou outras pessoas, que não estavam na lista de convidados.
De acordo com ele, que ouviu testemunhas, "quando o barco começou a ter problemas, as pessoas entraram em desespero e, em menos de três minutos, ele afundou".
Everaldo da Silva, 43, disse que "na hora em que um dos lados começou a afundar, as pessoas ficaram desesperadas e todas foram para o lado oposto. Aí balançou de novo e afundou de vez".
Silva afirmou que não recebeu instrução de segurança e que não viu coletes.


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