São Paulo, sábado, 24 de junho de 2006

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Produto que vazou não precisa de autorização para circular

DA REPORTAGEM LOCAL

O produto transportado pelo caminhão que tombou na marginal Pinheiros não precisava de nenhuma autorização especial para circular em São Paulo.
Ele não está numa relação que abrange 300 produtos perigosos e para os quais há exigência da prefeitura de uma licença para que sejam carregados pelas ruas da capital paulista. Segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), 11 mil viagens por dia são feitas por caminhões que transportam algum desses materiais.
No total, 1.100 licenças já foram concedidas de janeiro a junho deste ano para transportadoras que levam esses produtos perigosos -cada autorização especial resulta em diversos deslocamentos num só dia.
"São produtos de alta periculosidade, que chegam a ser quase letais ao ser humano", afirma Antonio Tadeu Prestes de Oliveira, coordenador de planejamento operacional da CET, explicando que, para ter a licença, a transportadora deve apresentar um plano de emergência em caso de acidentes e ter a liberação do DSV (Departamento de Operações do Sistema Viário) e da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente.
Em 2006 já houve oito acidentes com veículos que transportavam cargas perigosas. No ano passado eles totalizaram 23. A demora para a remoção desses materiais da pista costuma se aproximar de sete horas.
A CET não tem hoje nenhum esquema para acompanhar a circulação desses caminhões, até pela quantidade de viagens realizadas. Somente as cargas superdimensionadas e os materiais radioativos é que são obrigados a passar pela capital ao lado de carros e funcionários da companhia de trânsito.
No mês passado foi firmado um convênio da prefeitura com a Polícia Militar que prevê a realização de blitze que fiscalizem os veículos com cargas perigosas. Os efeitos da parceria, no entanto, ainda não saíram do papel. (ALENCAR IZIDORO)


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