São Paulo, sábado, 24 de junho de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Crianças e jovens estão mais altos e mais gordos

5,9 milhões de jovens de 10 a 19 estão acima do peso, segundo dados do IBGE; obesidade atinge 2,3% deles

Quanto menor a renda, maior a desnutrição, ao contrário do excesso de peso, que atinge 28,2% dos ricos e 8,5% dos pobres


Publius Virgilius/Folha Imagem
Giovanna Nobre, 11, que está acima do peso para sua idade e está mudando sua alimentação


PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

Mais altos e mais gordos. Esse é o retrato das crianças e dos adolescentes brasileiros em comparação ao perfil traçado há três décadas, quando o problema da obesidade nem sequer existia nessas faixas etárias. Sofrem com excesso de peso 16,7% deles -ou 5,929 milhões de pessoas na faixa de 10 a 19 anos, segundo a POF (Pesquisa de Orçamentos Familiares) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) de 2002-2003. A pesquisa anterior é de 1974-1975.
O problema afeta mais os meninos (17,9%). Entre as garotas, o índice é de 15,4%. É o caso da estudante Giovanna Nobre, 11, que mudou a sua alimentação para se adequar ao peso considerado ideal.
A obesidade, face mais grave do excesso de peso, atinge 2,3% desses jovens -817 mil. Nesse caso, as garotas são mais vulneráveis -2,9%, ante 1,8% dos meninos. A diferença entre excesso de peso e obesidade depende do IMC (Índice de Massa Corporal, medida do peso vezes a altura ao quadrado) da pessoa. Quem tem IMC acima de 30 é considerado obeso. A faixa entre 25 e 30 indica excesso de peso.
Dados semelhantes, embora mais graves, já haviam sido divulgados pelo IBGE em 2004 para adultos, com dados também de 2002-2003. Entre a população com mais de 20 anos, 29,5% têm excesso de peso. Desses, 11% são obesos. Apenas 4% da população sofre de desnutrição -percentual menor do que o de pessoas estruturalmente magras, de 5%.
A pesquisa revelou ainda que caiu o percentual de crianças com altura menor do que a recomendada para a idade -de 33,5% entre garotos em 1974-1975 baixou para 10,8% em 2002-2003; para as meninas, passou de 26,3% para 7,9%.
Já a desnutrição, que ainda persiste, afeta uma camada menor da população com menos de 5 anos, a mais vulnerável. O percentual baixou de 16,6% para 4,6% -2% a 3% das crianças são geneticamente magras.

Padrão desigual
A desnutrição e o excesso de peso são inversamente proporcionais à renda. No caso do déficit de IMC , estava em 3,6% para a classe de rendimento até 1/4 de salário mínimo. Era de apenas 1,4% para a faixa de renda com mais de cinco salários mínimos.


Texto Anterior: Porto Alegre: Prédios deverão ter obras de arte

Próximo Texto: Altura aumenta até 10 cm em 28 anos
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.