São Paulo, sábado, 24 de junho de 2006

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Região Norte tem situação mais crítica

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

Regionalmente, a desnutrição persiste na região Norte, especialmente nas áreas rurais, onde atingia 11% das crianças com menos de cinco anos em 2002-2003, num grau considerado moderado. A região, levando-se em conta áreas urbanas e rurais, tinha prevalência de déficit de peso para a idade de 8%, a maior de todas.
O Norte teve ainda evolução pior do que o Nordeste. No Norte, o problema afetava 21,7% das crianças em áreas urbanas em 1974-1975. O percentual baixou para 6,7%. Já no Nordeste, caiu de 24,9% para 5,4%, livrando a região do estigma de apresentar os piores indicadores.
Sul, Sudeste e Centro-Oeste têm prevalências de déficit de peso muito próximas -3,5%, 3,2% e 3,6%. Em todos os casos, as cifras estão muito perto do nível tido como de crianças que são estruturalmente magras, que varia de 2% a 3%.
Por outro lado, o Sul é a região mais afetada pelo excesso de peso: um em cada cinco crianças e adolescentes do sexo masculino de 10 a 19 anos eram atingidas pelo problema -22,6%.
O mesmo ocorria entre os mais ricos: 26,3% tinham excesso de peso entre os 20% mais ricos -ou seja, uma em cada quatro meninos. Para os 20% mais pobres, o percentual era de apenas 15,2%.
Segundo especialistas ouvidos pela Folha, as piores condições de saneamento e de acesso a serviços de saúde no Norte explicam a pior situação. Já no Sul, os hábitos alimentares justificam o excesso de peso.


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