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Mapa indica as áreas de atuação do PCC
Levantamento feito pelo governo mostra as regiões de influência no Estado dos líderes da facção e de seus colaboradores
Com essas informações, as forças de segurança do Estado adotaram estratégia para combater os "soldados" do grupo criminoso paulista
KLEBER TOMAZ
ANDRÉ CARAMANTE
DA REPORTAGEM LOCAL
O governo paulista mapeou
nos últimos meses as regiões do
Estado de São Paulo nas quais
integrantes ou colaboradores
do PCC (Primeiro Comando da
Capital) têm maior influência e
conseguem mobilização para
realizar ataques como os ocorridos em maio e neste mês. O
objetivo é tentar impedir o aumento da facção criminosa do
lado de fora dos presídios.
Esse mapeamento com a definição da área de atuação está
hoje em poder de quase todos
os chefes da polícia do Estado.
Ele inclui os líderes do PCC e
seus colaboradores diretos, como os seqüestradores Wanderson de Paula Lima, o Andinho
-com forte influência na região de Campinas (95 km de
SP) e investigado pela polícia
pela morte do prefeito de Campinas Antonio da Costa Santos,
o Toninho do PT, em 2001- e
Maurício Hernandez Norambuena, uma espécie de "consultor" das táticas de guerrilha repassadas à facção e condenado
a 30 anos de prisão pelo seqüestro do publicitário Washington
Olivetto, em 2001. Com essas
informações, a polícia pretende
estabelecer estratégias de combate aos "soldados" do grupo.
Para chegar aos dados que
apontam a área de influência de
cada um dos presos ligados à
cúpula do PCC, as polícias Civil
e Militar, em conjunto com o
Departamento de Inteligência
da SAP (Secretaria da Administração Penitenciária), cruzaram informações de várias fontes: escutas telefônicas, fichas
criminais dos líderes do grupo
que apontam com quais outros
criminosos eles foram presos e
ainda uma grande quantidade
de anotações que são apreendidas, dentro e fora das prisões, e
nas quais constam telefones.
Outra frente utilizada pelas
forças de segurança como fonte
para criar o mapa de atuação
dos criminosos filiados ao PCC
no Estado são as apreensões de
documentos que acontecem
quando uma central telefônica
clandestina utilizada por homens do grupo é descoberta.
Uma das estratégias da facção criminosa, repassada ao
PCC quando parte dos dez seqüestradores do empresário
Abílio Diniz dividiu celas com
homens do grupo na extinta
Penitenciária do Estado, no Carandiru (zona norte de São
Paulo), é manter em atividade
centrais telefônicas que possibilitem a transferência de chamadas entre detentos e criminosos em liberdade.
Nos próximos dias, graças
aos documentos de parte da
contabilidade do PCC apreendidos na semana passada, o mapa da influência da facção sofrerá alterações, principalmente com as atualizações das regiões norte e oeste da capital.
Ali atuava a maior parte das 21
pessoas presas durante a operação feita pelo Deic (Departamento de Investigações Sobre o
Crime Organizado) e pela Polícia Federal que resultou na
apreensão dos documentos.
A divisão das áreas do Estado
por parte dos líderes do PCC
tem importância direta na arrecadação da facção. Somente
no mês de maio, com a cobrança do "bicho papão" (uma espécie de imposto, alusivo ao Imposto de Renda) de seus filiados, a facção juntou R$ 224 mil
vindos da contribuição de pontos de tráfico do Estado.
A contribuição mensal funciona como um "seguro criminal", ou seja, a boca-de-fumo
ou o ladrão que paga o PCC passa a ter direito de receber proteção do grupo, na prisão ou fora dela -como diante de uma
ameaça da perda do ponto.
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