São Paulo, segunda-feira, 24 de julho de 2006

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Túneis de SP estão sujos e malconservados

DO "AGORA"

Túneis e passagens subterrâneas de São Paulo estão escuros, pouco sinalizados, malconservados e com o sistema de segurança precário. Foi o que constatou a reportagem, que percorreu 19 túneis reconhecidos pela Siurb (Secretaria de Infra-Estrutura Urbana e Obras da cidade de São Paulo).
Inaugurado em 1938, o túnel 9 de Julho-Daher Cutait é um exemplo da degradação. Algumas placas da passagem lateral estão soltas e os azulejos das paredes centrais, imundos. Quem segue para o centro vê um ambiente claro e bem iluminado, mas, na volta para o bairro, a realidade é outra: 34 lâmpadas queimadas e quatro luminárias quebradas.
Foi encontrada sujeira em todos os túneis visitados. A situação mais grave é a do Anhangabaú, inaugurado em 88: papelão nas calçadas e garrafas nos ralos de água, com grades de concreto rachadas e largadas no local.
O vandalismo e a manutenção precária mudaram o visual de dois túneis inaugurados em 2004: o Max Feffer, na avenida Cidade Jardim, e o Fernando V. Mello, na av. Eusébio Matoso. Lá, extintores de incêndio já foram furtados e as mangueiras dos hidrantes sumiram.
A falta de segurança é comum. Apenas três tinham a estrutura necessária (espaços para hidrante, mangueira e extintor): o Maria Maluf e os dois túneis das avenidas Cidade Jardim e Eusébio Matoso. Câmeras de vídeo são raras.
Se o asfalto das pistas está em bom estado, a sinalização, em geral, é ruim. Não há placas ou luminosos indicando a velocidade máxima permitida na maioria. Quando há, a placa está suja ou avariada. Nenhum dos túneis visitados estava em perfeito estado de conservação.

Outro lado
Órgão responsável pela limpeza, conservação e manutenção dos túneis, a Siurb reconhece que eles estão sujos e que o cronograma de manutenção está atrasado. Mas afirmou que em três meses a situação estará normalizada.
Renato Roberto Mazzini, coordenador de serviços de túneis, explica que a prioridade da atual gestão, até agora, foi a prevenção. Segundo ele, estão sendo realizados o conserto de bombas de água e ventiladores. A lavagem e a conservação, por ora, ficaram de lado.
"Temos um problema sério com a iluminação. Fios e luminárias são retirados. O estoque não é suficiente para repor grandes furtos", admitiu Mazzini. "Quando levam 200 metros de cabos, não estamos preparados. E, para comprar, demora", completou. Segundo o coordenador, o orçamento prevê apenas a prevenção e a correção de pequeno porte, mas vandalismos e acidentes podem provocar danos maiores. (RODRIGO RAINHO)


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