São Paulo, terça-feira, 24 de julho de 2007

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Mulher considerada desaparecida havia esquecido RG no prédio dois dias antes

PAULO SAMPAIO
DA REPORTAGEM LOCAL

Pelo menos uma pessoa tida como desaparecida depois da tragédia com o vôo JJ 3054 da TAM, na terça-feira passada, foi encontrada viva.
A representante de vendas Arlene Riegel Colares, 47, que havia esquecido sua carteira de identidade no balcão da TAM Express, ao lado do aeroporto de Congonhas, recebeu ontem uma ligação do 27º DP informando que o documento estava lá -e intacto.
"Eu imaginei que tinha esquecido o RG ali, mas, depois do acidente, nem pensei em recuperá-lo. Não acreditei quando me ligaram da polícia [DP do Campo Belo]", diz Arlene, que esteve na empresa dois dias antes do desastre. A polícia a considerava desaparecida.
Ontem, a assessoria de imprensa da TAM divulgou que, segundo a sua relação, o número de mortos subiu para 199 -187 no avião, sete funcionários e cinco pessoas que estavam no prédio da empresa ou nos arredores.
Até a noite de ontem, 66 corpos de vítimas haviam sido identificados. Wagner Gabrielli, primo do gerente nacional de cargas Alexandre Catissatto, 27, diz que forneceu aos investigadores tudo o que foi solicitado para a identificação do corpo, mas sem sucesso. "Levamos exames com detalhes da arcada dentária e tipo sangüíneo dele. Até agora, nada", diz.
Carol, 21, filha do gerente de desenvolvimento Gualberto Filho, 56, está na mesma situação. "Tecnicamente, o corpo do meu pai está entre os que aguardam identificação no IML. Aguardamos uma ligação deles." Celulares e documentos bastante avariados de dois passageiros, Marcelo Carlos Stelzer e Patrícia Hauschild, foram encontrados nos escombros e vão ajudar na investigação.

Processos
O delegado que preside o inquérito, Antônio Carlos Barbosa, diz que caberá ao Ministério Público, por meio da defesa do consumidor, cuidar dos processos de parentes que vão proceder à ação de morte presumida (declarada). "Se o taxista [Thiago Silva] deixou uma poupança, por exemplo, ou outros bens, os parentes terão de reivindicar no Ministério Público", afirma Barbosa.
Sobre a demolição do que restou do prédio da TAM Express, Barbosa afirmou que ela só ocorrerá quando houver absoluta certeza de que nada que ajude nas investigações possa ser encontrado.


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