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Mulher considerada desaparecida havia esquecido RG no prédio dois dias antes
PAULO SAMPAIO
DA REPORTAGEM LOCAL
Pelo menos uma pessoa tida
como desaparecida depois da
tragédia com o vôo JJ 3054 da
TAM, na terça-feira passada,
foi encontrada viva.
A representante de vendas
Arlene Riegel Colares, 47, que
havia esquecido sua carteira de
identidade no balcão da TAM
Express, ao lado do aeroporto
de Congonhas, recebeu ontem
uma ligação do 27º DP informando que o documento estava lá -e intacto.
"Eu imaginei que tinha esquecido o RG ali, mas, depois
do acidente, nem pensei em recuperá-lo. Não acreditei quando me ligaram da polícia [DP do
Campo Belo]", diz Arlene, que
esteve na empresa dois dias antes do desastre. A polícia a considerava desaparecida.
Ontem, a assessoria de imprensa da TAM divulgou que,
segundo a sua relação, o número de mortos subiu para 199
-187 no avião, sete funcionários e cinco pessoas que estavam no prédio da empresa ou
nos arredores.
Até a noite de ontem, 66 corpos de vítimas haviam sido
identificados. Wagner Gabrielli, primo do gerente nacional
de cargas Alexandre Catissatto,
27, diz que forneceu aos investigadores tudo o que foi solicitado para a identificação do
corpo, mas sem sucesso. "Levamos exames com detalhes da
arcada dentária e tipo sangüíneo dele. Até agora, nada", diz.
Carol, 21, filha do gerente de
desenvolvimento Gualberto
Filho, 56, está na mesma situação. "Tecnicamente, o corpo do
meu pai está entre os que
aguardam identificação no
IML. Aguardamos uma ligação
deles." Celulares e documentos
bastante avariados de dois passageiros, Marcelo Carlos Stelzer e Patrícia Hauschild, foram
encontrados nos escombros e
vão ajudar na investigação.
Processos
O delegado que preside o inquérito, Antônio Carlos Barbosa, diz que caberá ao Ministério
Público, por meio da defesa do
consumidor, cuidar dos processos de parentes que vão proceder à ação de morte presumida
(declarada). "Se o taxista [Thiago Silva] deixou uma poupança,
por exemplo, ou outros bens, os
parentes terão de reivindicar
no Ministério Público", afirma
Barbosa.
Sobre a demolição do que
restou do prédio da TAM Express, Barbosa afirmou que ela
só ocorrerá quando houver absoluta certeza de que nada que
ajude nas investigações possa
ser encontrado.
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