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APAGÃO AÉREO/MANAUS
Pane foi causada por sargento, diz FAB
Comandante da Aeronáutica, Saito disse ontem a Lula que falha no Cindacta-4, em Manaus, ocorreu durante manuseio de baterias
Aeronáutica investiga, porém, se funcionários aproveitaram o problema para passar uma imagem de caos; controladores negam
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito, informou ontem ao presidente
Luiz Inácio Lula da Silva que o
início da pane do Cindacta-4,
em Manaus, foi causado por um
sargento da manutenção que
errou ao manusear as baterias
de geração de energia. Foi o
próprio responsável quem se
apresentou ao comandante do
centro e confessou que errara.
Saito, que esteve em Manaus
no domingo, disse ainda ao presidente que as investigações
continuam e que essa foi apenas a primeira apuração sobre a
pane que interrompeu os vôos
na área de Manaus durante
duas horas na madrugada de
sábado para domingo, com
efeito-cascata em todo o país.
Conforme o brigadeiro disse
a Lula, há ainda muitas perguntas sem resposta e não está descartada a hipótese de sabotagem -que o próprio Planalto a
princípio não afasta.
Algumas dessas perguntas:
Por que a pane demorou tanto
tempo? Por que o sistema de
back-up também não funcionou? Por que os efeitos foram
tão drásticos, a ponto de vôos
internacionais serem mandados de volta? Por que tudo isso
aconteceu exatamente agora,
dias depois da queda do Airbus-A320 da TAM?
Problema ampliado
Conforme a Folha apurou,
uma das linhas de investigação
é se funcionários do Cindacta-4, especialmente da área de
controle aéreo, não aproveitaram uma falha humana original para amplificar o problema
e passar a imagem de caos para
o país e para o exterior.
Os controladores garantem
que ocorreu uma pane e ne-gam enfaticamente essa
possibilidade.
A Aeronáutica também investiga quem são os funcionários que vêm dando versões à
imprensa e está particularmente interessada em um que
deu entrevista à televisão contra a luz e com modificador eletrônico de voz, para não ser reconhecido, dizendo que dois
aviões quase se chocaram na
altura de Belém, no Pará -algo
que a FAB nega.
Controladores ativos
Na versão da Força, as entrevistas e as versões confirmariam que, apesar das medidas
repressivas tomadas contra os
controladores de vôo, eles continuam ativos e mobilizados.
Os líderes do movimento foram
presos justamente por darem
entrevistas à imprensa, criticando o sistema.
Outros líderes foram afastados das funções e estão sujeitos
agora a um processo com base
no IPM (Inquérito Policial Militar), realizado pela FAB e à espera de manifestação do Ministério Público, por suspeita de
motim na greve de 30 de março
passado, que parou os aeroportos do país.
Em Manaus, onde ocorreu a
pane do fim de semana, houve
revolta diante da prisão e do
afastamento dos companheiros, e outros acabaram também
punidos. Dos quatro Cindactas
existentes, foi justamente o que
mais reagiu contrariamente às
punições.
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