São Paulo, quinta-feira, 24 de julho de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

JAQUELINE NASCIMENTO SILVA (1977-2008)

Coroada no tempo das rainhas eleitas

ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

Do amontoado de números anunciados incansavelmente pelo locutor, calculou a Estação Primeira de Mangueira que só lhe cabia o quarto lugar na apuração.
Nada que estragasse a festa de Jaqueline Nascimento Silva naquele Carnaval de 2006. Carioca de São Cristóvão, começou menina na avenida, aos dez, metida em verde-e-rosa. Mal sabia que, se parasse ali e contasse 18 anos, seria rainha da bateria.
Chegou a fazer jornalismo, sem terminar o curso. Tornou-se, então, gerente de banco, mas uma tendinite a havia afastado do trabalho nos últimos dias.
Justo naquele Carnaval de 2006, foi coroada. Última rainha eleita, fechou a era das votações na Mangueira -a partir de 2007, a escola passou a convidar as rainhas.
Com os ventos da democracia carnavalesca a seu favor, foi eleita princesa do Carnaval do Rio de 2007. Descoberta pelas câmeras, fez ponta no "Zorra Total" e no "Casseta e Planeta" e, em novembro último, estampou capa da "Playboy".
O DNA real veio da mãe, ex-rainha do bloco Balanço da Mangueira. A ela Jaqueline deixou um presente. Foi por iniciativa da filha que as paredes da casa, lá em São Cristóvão, se ergueram. A casa, em fase final, Jaqueline não viu pronta.
Na madrugada de sábado, morreu aos 31, vítima de um acidente de carro na Régis Bittencourt, durante viagem a Curitiba com o marido, capitão do Exército, que sobreviveu. Planejava ter filhos em breve, lembrou a irmã.

obituario@folhasp.com.br


Texto Anterior: Mortes
Próximo Texto: CET terá mais guinchos para quem parar em local proibido
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.