São Paulo, quinta-feira, 24 de julho de 2008

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Acusado de vender remédio tarja preta na internet é preso

Operação Pedra Redonda da Polícia Federal resultou na prisão de seis pessoas

Dois carros de luxo e uma casa de alto padrão na Flórida foram localizados em nome do suposto chefe do grupo, o estudante Diego Podolsky


DIMITRI DO VALLE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

A Polícia Federal deflagrou ontem uma operação de combate à venda ilegal, pela internet, de remédios de uso controlado. Batizada de Pedra Redonda, resultou na prisão de seis pessoas: quatro no Brasil, uma no Uruguai e uma nos EUA.
A ação teve o apoio da DEA (agência antidrogas americana) e do governo uruguaio.
Dois carros de luxo -entre eles uma Ferrari- e uma casa de alto padrão na Flórida (EUA) foram localizados em nome do suposto chefe do grupo, o estudante universitário Diego Podolsky, 25, preso em Montevidéu (Uruguai). Bruno Ratnieks, 26, apontado pela PF como braço-direito de Podolsky, também foi preso.
Ratnieks, o pai, a mãe e um irmão de Podolsky são suspeitos de integrar a suposta quadrilha. Foram presos em Porto Alegre, no bairro Pedra Redonda, região de classe média alta que deu nome à operação.
Segundo a PF, Podolsky é titular de contas no exterior com "vários milhões de dólares". Em uma conta no Panamá, havia US$ 4 milhões, disse o delegado Alexandre Isbarrola.
A investigação apontou que o estudante coordenava uma espécie de farmácia virtual na internet, que vendia drogas sintéticas de uso controlado, conhecidas no Brasil como remédios de tarja preta. Segundo a PF, eram vendidos, em média, cerca de 8.000 comprimidos por dia. Bastava que o comprador tivesse um cartão de crédito para adquirir os remédios.
A maior parte dos clientes era dos EUA. Um médico preso naquele país assinava receitas para validar os pedidos com os laboratórios que remetiam os remédios pelo correio.
O suposto esquema começou a ser apurado a partir de outra operação da PF, a Ouro Verde, que desarticulou em março de 2007 um grupo especializado em ocultar do Banco Central serviços bancários clandestinos on-line.
Por meio de um "banco paralelo", que usava uma financeira da capital gaúcha como fachada, o esquema criava contas para lavar dinheiro (legalizar recurso de atividade ilegal). Podolsky seria um dos "clientes" desse banco ilegal, e sua movimentação financeira atraiu a atenção da PF.
Depois da Operação Ouro Verde, Podolsky, para não ser preso, viveu em países europeus, nos Estados Unidos e no Uruguai. Foi localizado em Montevidéu com a ajuda de agentes uruguaios.


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