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SP multa empresas de celular em
R$ 2 mi
No último mês, prefeitura aplicou 21 autuações de R$ 100 mil por antenas irregulares -R$ 2,1 milhões no total
Principais problemas são construir torres em áreas estritamente residenciais e não ter permissão para operar
RICARDO GALLO
DE SÃO PAULO
A Prefeitura de SP aplicou
as primeiras multas de R$
100 mil a empresas e operadoras de telefonia por antenas de celular em situação irregular. Foram 21 autuações,
que somam R$ 2,1 milhões.
A multa mais volumosa
passou a vigorar em abril.
Até então, a autuação a responsáveis por antenas era de
R$ 6.000.
As três primeiras multas
foram aplicadas em junho;
as outras 18, na última segunda-feira, conforme o
"Diário Oficial" da cidade.
Há 5.380 antenas em São
Paulo, segundo cadastro da
Secretaria Municipal de Habitação. O Movimento Defenda São Paulo estima que 90%
delas estejam fora da lei.
As principais irregularidades são as torres construídas
em áreas estritamente residenciais sem aval da prefeitura, a instalação de antenas
a menos de 100 m de outra e a
falta de licença.
As operadoras de telefonia
foram os maiores alvos.
A Oi foi a líder, com seis
multas. Depois vêm Vivo (4),
Embratel (3), Claro (2), TIM
(1) e Nextel (1). Houve dois
prédios multados (um deles,
duas vezes) e a Nova Brasil
FM, emissora de rádio.
SEM AVAL
A Folha apurou que as
operadoras instalam antenas
sem esperar aval da prefeitura -a avaliação é que a obtenção de licença é muito
lenta. A tentativa de regularização ocorre só depois, com a
antena em funcionamento.
Ser autuado não significa
necessariamente pagar. As
operadoras de telefonia podem recorrer à prefeitura.
Mesmo se mantida a penalidade pelo município, ainda
têm o direito de ir à Justiça.
A legislação prevê multa
de R$ 100 mil a cada 30 dias
às antenas irregulares. Em
caso de reincidência, a prefeitura pede à Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) que as desliguem.
A agência, porém, diz que
não lhe cabe fazê-lo, pois, do
ponto de vista das telecomunicações, não há infração.
Esse é a principal razão para a prefeitura não conseguir
barrar as antenas na cidade.
Para as operadoras, o tema é
de competência federal; a
prefeitura sustenta tratar-se
de assunto urbanístico, sobre o qual tem poder legal.
Para não depender de iniciativa da prefeitura, moradores estão recorrendo à Justiça contra as operadoras para retirar as antenas. No Pacaembu, três foram removidas assim, afirma Iênidis
Benfati, presidente da associação de moradores local e
conselheira do Movimento
Defenda São Paulo.
O Ministério Público tem
inquérito civil para tratar do
caso desde 2004, ano de criação da lei municipal.
Segundo o promotor José
Carlos de Freitas, falta articulação entre os poderes para
resolver a questão.
Ele exemplifica como um
dos itens mais polêmicos em
torno das antenas o eventual
efeito à saúde que a radiação
emitida causa. Questionados
pela Promotoria, nem prefeitura nem Estado nem governo federal conseguiram responder a respeito.
As operadoras sustentam
não haver estudos conclusivos sobre o impacto à saúde.
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